De acordo com o relatório, há informações “consistentes e confiáveis” sobre as atividades nucleares conduzidas pelo Irã.
“Isto levanta preocupações a respeito da possível existência no Irã de atividades secretas, no passado ou atuais, relacionadas ao desenvolvimento de uma carga nuclear para um míssil”, informa o documento.
No documento, a orientação é para que o governo do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, coopere com os inspetores da Aiea. Segundo os especialistas, a resistência do governo levanta mais suspeitas. O relatório confirma ainda que o Irã produziu uma pequena quantidade de urânio enriquecido a 20%.
Antes, o Irã produzia urânio enriquecido a 3,5% . Mas, as autoridades iranianas afirmavam que precisavam de urânio com um nível de enriquecimento maior para um reator que produziria isótopos nucleares para uso medicinal.
O governo do Irã nega que planeja produzir armas nucleares e insiste que o programa tem fins exclusivamente pacíficos. Mas os Estados Unidos, a Inglaterra, França e Rússia pressionam para que a ONU estabeleça sanções contra o país.
Nessa quinta, dia 18, o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou que só será possível a não-proliferação nuclear quando houver desarmamento. Para o chanceler, é fundamental que o governo de Ahmadinejad atue para que seu país não desperte o temor no restante do mundo e aceite negociar com a Aiea.
? Não queremos que o Irã tenha ou possa despertar o temor em outros [países] que possam ter armas. Por isso é necessário o acordo. Achamos que o acordo proposto pela agência é uma base adequada ? disse Amorim, que participou de um debate promovido pelo Congresso do PT em Brasília.
Segundo o chanceler, o desarmamento é a melhor a opção.
? A verdadeira não proliferação só ocorrerá quando houver desarmamento. Houve vários passos [neste sentido]. Não é possível [resolver] tudo de uma só vez. Não queremos que haja uma proliferação de armas nucleares ? disse o chanceler, lembrando que o Brasil assinou o Tratado de Não Proliferação de Armas (TNP) e reitera a posição na Constituição.