Agência Nacional de Águas lança rede nacional para monitorar a qualidade da água

Medida pretende gerar conhecimento para subsidiar a gestão dos recursos hídricos do Brasil; Dia Mundial da Água é comemorado nesta sábado, dia 22O secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério de Meio Ambiente, Ney Maranhão, participou na quinta, dia 20, do lançamento da Rede Nacional de Monitoramento de Qualidade das Águas (RNQA), na sede da Agência Nacional de Águas (ANA). A rede busca monitorar, avaliar e oferecer à sociedade informações padronizadas de qualidade das águas superficiais e gerar conhecimento para subsidiar a gestão dos recursos hídricos do Brasil.

Também tem como objetivo identificar áreas críticas em termos de poluição hídrica e de apoiar ações de planejamento, licenciamento e fiscalização das águas do país.

– O programa tem quatro fases distintas. Começa no desenhar da rede e faz isso com o cuidado de identificar o que já existe, compatibilizar, melhorar e aperfeiçoar o que existe e suplementar o que falta. É um programa que segue até 2020 e é importante que seja assim para que seja duradouro. Não basta investir, é preciso assegurar os recursos humanos, físicos, financeiros – destacou Maranhão.

Gestão Ambiental

Para o secretário, os benefícios que esse programa de qualidade da água trará extrapola os limites da gestão dos recursos hídricos.

– Serão muito úteis também na condução da gestão ambiental urbana, na gestão dos resíduos sólidos e na gestão da segurança química – diz.

O diretor-presidente da ANA, Vicente Andreu, aproveitou a oportunidade para destacar que a água é um bem de domínio público e que o Brasil não é uma somatória de Estados.

– É uma nação. A água não reconhece fronteiras – salientou o diretor.

Andreu fez questão de enfatizar a importância do fortalecimento dos comitês de bacias com órgãos decisórios, passando pelo fortalecimento dos órgãos gestores nos estados.

Durante o evento, foi assinada carta de compromisso para implantação da rede entre a ANA e as 16 unidades da Federação contempladas com os equipamentos: Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo e Sergipe, que já operam redes estaduais de monitoramento. Os demais estados serão contemplados nas próximas etapas.

A ANA investiu R$ 9,54 milhões em equipamentos a serem cedidos aos 15 Estados e ao Distrito Federal. São eles: medidores acústicos de vazão (83), sondas multiparamétricas de qualidade de água (46), caminhonetes 4×4 com baú adaptado (30) e barcos com motor de popa (25). Entre os equipamentos adquiridos pela ANA, os medidores acústicos de vazão são necessários para calcular a carga de um determinado poluente ou substância num manancial.

As sondas multiparamétricas de qualidade da água permitem a determinação, em campo e em tempo real, de importantes parâmetros de qualidade das águas. Geralmente são medidos temperatura, turbidez, oxigênio dissolvido e condutividade elétrica. Tanto as caminhonetes quanto as embarcações são necessários para o transporte das equipes e dos equipamentos necessários para as análises.

Até junho, as 16 unidades da Federação receberão os equipamentos e o treinamento para operação deles, o que resultará na implantação de 1.200 pontos coincidentes com as redes estaduais já existentes e no início da expansão da operação da RNQA no país.

A rede propõe a padronização dos dados coletados, dos procedimentos de coleta e da análise laboratorial dos parâmetros qualitativos para que seja possível comparar as informações obtidas. Todos os dados serão armazenados no Sistema de Informações Hidrológicas (HidroWeb), da ANA, e integrados ao Sistema Nacional de Informação sobre Recursos Hídricos (SNIRH).

A RNQA é o principal eixo do Programa Nacional de Avaliação da Qualidade das Águas (PNQA). Seu objetivo é melhorar a informação sobre qualidade de água no Brasil, de forma a subsidiar os tomadores de decisão na definição de políticas públicas para a recuperação da qualidade das águas, contribuindo com a gestão sustentável dos recursos hídricos.