Os planos foram apresentados nesta quinta-feira, dia 3, pelo secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral, em um seminário sobre as relações entre os dois países.
Barral explicou que o governo elaborou uma lista com 619 produtos considerados prioritários para reforçar a oferta de exportação para a China. O secretário também informou que, na próxima semana, uma delegação formada por representantes do governo e empresas privadas visitará várias cidades chinesas para estabelecer negociações diretas.
Segundo Barral, um dos objetivos do Brasil é fazer a China suavizar as fortes barreiras fitossanitárias impostas à carne suína. Os planos do Brasil também incluem a captação de investimentos chineses para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Segundo o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, esses assuntos poderão ser abordados com as autoridades chinesas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deve assistir à cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim.
Carne suína
O mercado chinês deve importar US$ 200 milhões nos próximos anos. Mantendo-se esse cenário, poderão surgir boas oportunidades de negócios para os exportadores brasileiros. O Brasil é hoje o quarto produtor e exportador de carne suína no mundo e alcançou a cifra de US$ 1,2 bilhão, em 2007.
Carne de aves
O mercado também vislumbra grande potencial de negócios para o Brasil, que é o maior exportador do mundo desse produto. As importações chinesas de carne de aves cresceram 183%, saltando de US$ 323,7 milhões para US$ 916,3 milhões no período entre 2005 e 2007. “A intensificação do comércio com a China, contudo, depende de acordos sanitários”, lembrou o secretário de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Célio Porto.
Déficit comercial menor
Desde 2007, a balança comercial bilateral vem sendo superavitária em favor do país asiático. O déficit comercial chegou a US$ 1,8 bilhão no ano passado. Duas das metas previstas pela Agenda China são triplicar as exportações brasileiras e atrair mais investimentos chineses para o Brasil. Para o agronegócio brasileiro, estão previstas ações para atração de investimentos chineses em setores como o complexo agrícola e o de biocombustíveis.
A Agenda China é resultado de estudos focados no fortalecimento das relações comerciais entre o Brasil e a China. O estudo foi elaborado em conjunto pelo Mapa, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e pelo Ministério das Relações Exteriores. Contou também com a participação do Conselho Empresarial Brasil-China e da Confederação Nacional da Indústria.