Segundo Abiove, ao transformar o grão em farelo e proteína animal para exportação, o país consegue triplicar a arrecadação
Depois do resultado ruim da balança comercial brasileira em 2014, que teve déficit de US$ 3,93 bilhões, pior resultado de 1998, a Associação Brasileira das Indústrias Óleos Vegetais (Abiove) acredita que o governo federal precisa priorizar o aumento do valor agregado das exportações, principalmente no agronegócio. Vale lembrar que pela primeira vez desde 2009 o complexo soja superou o minério de ferro na liderança dos embarques.
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As vendas do Brasil ao exterior de soja em grão, farelo e óleo, em 2014, somaram nada menos do que US$ 31,4 bilhões. Essa cifra ser mais expressiva. O cálculo da Abiove mostra a diferença que o valor agregado do produto pode trazer: Eem 2013, um hectare de soja produziu 3.010 kg na safra de verão a um valor FOB porto de US$ 533 a tonelada, o que resultou em exportações de US$ 1.604.
Após a colheita da soja, também foram produzidos, nesse mesmo hectare, 5.780 kg de milho a um valor médio de US$ 237 por tonelada, propiciando exportações adicionais à soja em grão de US$ 1.370. O embarque ao exterior de ambos os grãos levou ao ingresso anual de US$ 2.974 por hectare.
Utilizando o mesmo volume de grãos que foram exportados in natura, o Brasil conseguiu produzir e exportar 4.515 kg de carne de frango a US$ 2.049 a tonelada, o que gerou uma receita de US$ 9.251. A agregação de valor também fica evidente no exemplo alternativo da carne suína: o mesmo hectare de soja e milho, transformado em farelo proteico, que adicionado ao milho gerou ração, resultou em 3.251 kg dessa proteína, cuja cotação no mercado externo, em 2013, foi de US$ 2.627 a tonelada.
A receita com a exportação de carne suína foi de US$ 8.540. A industrialização da soja para produção de ração proteica também gerou 587 kg de óleo vegetal exportado a US$ 1.003 a tonelada, totalizando US$ 588. É possível notar a diferença expressiva entre exportar soja em grão e milho (US$ 2.974, conforme o exemplo) e exportar produtos de valor agregado – óleo e carnes de frango ou suína (US$ 9.839 ou US$ 9.128).
Conjuntura favorável
Segundo a associação, o Brasil encontra-se em uma conjuntura favorável para o estabelecimento de políticas de exportação que gerem agregação de valor e maior competitividade frente aos concorrentes internacionais. O segundo mandato da presidente Dilma Rousseff acaba de ser inaugurado e seus ministros ressaltaram a necessidade de “trabalhar intensamente” para aumentar as exportações, não esperando apenas os efeitos positivos da desvalorização do real e do crescimento dos Estados Unidos.
Com informações da Abiove