Segundo os agricultores, agentes da Polícia Federal e da Força Nacional montaram guaritas nas entradas da terra indígena para controlar o acesso ao local.
? A portaria autoriza o uso de armas letais, mas somos trabalhadores, exigimos respeito aos direitos humanos ? protestou a agricultora Aparecida Lima Mendonça.
A presidente da Associação de Agricultores do Valecedro, Ângela Maria Nunes, disse que as famílias moram no local há mais de 30 anos e que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) não está cumprindo o compromisso assumido com os trabalhadores de assentá-los em condições semelhantes às atuais, além de indenizar as benfeitorias.
? Tudo que tem na terra fomos nós que fizemos, é o nosso trabalho de uma vida toda ? disse a presidente da associação.
O diretor de Programas do Incra, Raimundo Lima, garantiu que em 20 dias, no máximo, as famílias serão informadas sobre as indenizações. O Incra e a Fundação Nacional do Índio (Funai) farão um levatamento do número de famílias que habitam a área e das benfeitorias que devem ser indenizadas. O objetivo é contemplar apenas as ocupações e benfeitorias feitas de boa fé.
? Qualquer benfeitoria feita após 2004 não será considerada e as famílias que ocuparam [a terra] após esse período também não serão indenizadas ? explicou Lima.
Em 2004 foram feitas as demarcações da área indigena. Três anos depois, a área Apyterewa foi reconhecida como reserva índigena de comprovada ocupação tradicional pelos índios Parakanã. O levatamento do Incra e da Funai reconhece a presença de 1.254 famílias de agricultores na reserva indígena.