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Agricultores brasileiros fogem da violência no meio rural paraguaio

Cerca de 2 mil agricultores estão acampados em Itaquiraí, no MSA fuga de agricultores brasileiros radicados no Paraguai está preocupando autoridades do Mato Grosso do Sul. De dez a 15 famílias por semana deixam as terras paraguaias por causa da violência e buscam refúgio no Brasil. Os brasiguaios, como são chamados, atravessam a fronteira e vão para um acampamento no município de Itaquiraí, a 350 quilômetros ao Sul da capital Campo Grande. No primeiro momento, a superintendência estadual do Incra está prestando atendimento. O objetivo é garantir a sobrevivê

Até agora, cerca de 33 toneladas de alimentos foram entregues pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Segundo o superintendente do Incra no Estado, Waldir Cipriano Nascimento, a prefeitura local ajuda em questões como educação e segurança. Ele explica que um pré-cadastro com os agricultores está sendo realizado.

– Este é um problema institucional que vem gerando algum desconforto na região pela quantidade de pessoas. Temos hoje mais de 2 mil pessoas e em torno de 600 famílias acampadas naquela região – informa.

Entre os aproximadamente 2 mil agricultores do acampamento está Sindi de Fátima Soares. Há 18 anos, sua família deixou Foz do Iguaçú, no Paraná, e se instalou na cidade de Mariscal Francisco Solano Lopez, no Norte do Paraguai. Lá, plantavam soja, feijão, milho e outros produtos para consumo próprio. A violência dos sem-terra paraguaios fez com que ela e a família deixassem as terras para trás em busca de uma oportunidade em território brasileiro. A agricultora relata a pressão sofrida pelos brasiguaios.

– Eles invadiram a nossa propriedade e não deixavam mais a gente plantar. Eles invadiam e roubavam tudo. Se a gente saía de casa, eles desmontavam tudo, colocavam fogo. Eles atiravam para cima, e a gente não sabia se ia sair vivo ou morto – conta a agricultora.

Waldir Cipriano Nascimento alega dificuldades para assentar todas as famílias vindas do país vizinho. Ele afirma que, além dos brasiguaios, já existe uma grande demanda por terras no estado.

– Não é justo colocar ninguém na frente. Há uma lista, e as famílias estão sendo atendidas. Nossa meta é assentar 3 mil famílias no Mato Grosso do Sul – explica o superintendente, informando que 16,8 mil famílias aguardam por terra no território sul-matogrossense.

O superintendente do Incra no Mato Grosso do Sul espera apoio do governo federal, principalmente do Itamaraty, em manter estas famílias com segurança em terras paraguaias.

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