O produtor rural Ilo Nilo Bundt viajou mais de 250 quilômetros para comparecer a manifestação. Ele é de Paraíso do Sul, na região central do Estado. O agricultor se uniu a centenas de outros que nem conhece, mas vivem uma situação semelhante: as lavouras não rendem o suficiente para pagar as contas.
? Nós temos dificuldades pra sair dessas dívidas que temos da soja e mesmo do arroz. Plantamos em terra arrendada, não temos terra própria. Está uma dificuldade tremenda. Estamos com tudo penhorado no banco, não sabemos de onde tirar pra seguir a cultura do arroz ? relata.
Os produtores pedem ao governo um prazo de dois meses de adiamento das dívidas vencidas ou a vencer para que consigam ter acesso aos programas de custeio e financiamento.
? A nossa proposta é juntar todas as dívidas vencidas e vencendo dos agricultores familiares, transformar elas em um contrato só e dividir elas em parcelas para 15 anos. Três anos de carência, doze para pagar, com bônus de adimplência em cada parcela de 30%. Essa é a proposta da Fetag, que busca o acerto com o governo federal. Estamos mostrando pro governo que esgotou o tempo, que não dá mais pra esperar, que o agricultor não pode esperar nem mais um dia, senão atrasa a próxima safra ? ressalta o vice-presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag), Carlos Joel da Silva.