Neste ano, o Dia do Agricultor no Rio Grande do Sul foi marcado por um cenário de destruição e incertezas após uma enchente histórica. Com uma produção agropecuária que desponta no país, o estado tem grande importância econômica e nas origens da nossa agricultura. No sexto e último episódio da série “Agricultores do Brasil“, conhecemos histórias de resiliência, como a de Márcio Piccinini, agricultor de Roca Sales, no Vale do Taquari.
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A enchente de maio deixou marcas profundas em 478 municípios gaúchos, muitos dos quais têm a agricultura como atividade principal. Piccinini, que cultiva milho e soja, perdeu 190 hectares de soja e 50 hectares de milho, além de enfrentar a destruição de suas estruturas. “Essa vez o maquinário a gente conseguiu salvar, mas perdemos as lavouras”, relata Márcio, evidenciando a gravidade da situação.
As intensas chuvas afetaram a germinação de forrageiras de inverno, como azevém e aveia, comprometendo a alimentação do gado até a primavera. “Com o excesso de umidade e a falta de luz, a gente não tem forragem até a primavera”, explica ele, destacando a necessidade urgente de recuperação do solo e reestruturação da fertilidade.
Apesar das adversidades, a força e a determinação dos agricultores gaúchos se mantêm firmes. “Hoje nós não conseguimos mais continuar na atividade, e nós não estamos pedindo nada de graça. Estamos pedindo um jeito de pagar nossas dívidas e honrar nossos compromissos”, desabafa Márcio, reforçando a necessidade de apoio para superar os desafios e seguir em frente.
Nesta semana do Agricultor, ou em qualquer outra data do ano, a agricultura está no sangue do gaúcho, mesmo diante de uma realidade desafiadora. A resiliência e a união dos produtores são fundamentais para reerguer a produção e garantir a continuidade da agropecuária no Rio Grande do Sul.