O produtor Eidy Kadobayashi, há 30 anos no ramo de hortaliças, ainda avalia os prejuízos na lavoura.
— O clima na região deu uma alterada grande. O que acontece é que quando chega a época de verão, nessa baixada que a gente trabalha, na região de Mogi das Cruzes, tem tendência de dar muitas perdas por causa de doenças — diz Kadobayashi.
A região de Mogi das Cruzes é responsável por cerca de 40% das hortaliças comercializadas na capital paulista. Segundo o agrônomo Alexandre Yakota, os produtores locais têm registrado perdas de 30%, causadas principalmente por doenças.
— A gente come a folha, então bateu a chuva, ela faz vários ferimentos que são porta de entrada para várias doenças, principalmente bacterianas. Como a dona de casa quer uma folha limpa, sem pinta, sem nada, com a chuva, ela fica toda deteriorada — explica.
Kadobayashi afirma que vai ser difícil manter a renda nas próximas semanas.
— A tendência é a lei da oferta e da procura. O que acontece é que a oferta é menor e a procura é grande, mas o desempenho na lavoura cai bastante também. Chega a cair 50% no pico de verão — comenta o produtor.
Yakota alerta que o produtor tem que preparar o solo para o volume a mais de água das chuvas de verão.
— Tem que utilizar produtos corretos, fazer um preventivo com cálcio, não fazer culturas muito sensíveis. (Se) exagerar no nitrogênio, a planta parece bonita, mas na primeira chuva, vai pintar, vai bater, vai dar deficiência nutricional e vai ter perda. Então é preciso fazer um balanço nutricional bom, utilizar variedades com maior resistência a doenças, como deficiência de cálcio. E trabalhar antes, sempre preventivamente — explica.
Os técnicos acreditam que apesar da perda na qualidade e queda na produção, o preço das hortaliças não deve subir muito.