Cerca de 100 pessoas do Movimento de Luta pela Terra (MLT) tentaram invadir uma fazenda na área rural de Planaltina (DF), a 60 km de Brasília, na manhã desta segunda, dia 9. O grupo protestava contra o uso de agrotóxicos e chegou a iniciar a montagem de barracas na propriedade, mas agricultores se mobilizaram para impedir a invasão.
Os produtores pressionaram pela saída dos manifestantes e ficaram no local, com tratores e camionetes, até a retirada total dos invasores, o que ocorreu no início da tarde. A mobilização dos agricultores foi feita por telefone e pelas redes sociais.
“Nós falamos que não aceitaríamos a invasão e estávamos com segurança”, afirmou o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Grãos (Abrasgrãos), Eduardo Baron. Segundo ele, 130 produtores se reuniram na propriedade para impedir a invasão. Representantes da Secretaria de Agricultura do DF dialogaram com os manifestantes que concordaram em se sair da fazenda Esplanada, do grupo Maqcampo.
Invasões no DF e entorno
Em outubro, uma audiência pública na Câmara dos Deputados discutiu as invasões na região. A situação ficou ainda mais tensa após declarações à imprensa do líder da Frente Nacional de Lutas (FNL), José Rainha, em que promete promover forte ocupação de terras e conflitos na região.
No município de São João D’Aliança-Goiás, duas mil famílias estão acampadas desde dezembro do ano passado. Produtores locais já criaram um grupo para pressionar politicamente por segurança jurídica, o Movimento dos Agricultores Unidos. No DF, a falta de documentação das propriedades agrava o receio dos agricultores de terem fazendas invadidas.
Rio Grande do Sul
Cerca de 20 famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupam, desde a manhã desta segunda, dia 9, a Fazenda Aroeira, localizada no município de Candiota, na região da Campanha, no Rio Grande do Sul. A área tem 352 hectares e, de acordo com os Sem Terra, o proprietário já tinha demonstrado interesse em vendê-la ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra/RS).
“As famílias ocupam a fazenda para que o Incra agilize o processo de aquisição e destine a área para fins de reforma agrária”, explica Eurico dos Santos, da coordenação estadual do MST.
Os membros do MST que ocupam a fazenda estavam acampados há dois anos no município de Candiota.