Agricultores do MST invadem prédio do Incra em Porto Alegre e declaram greve de fome

Historicamente separados, movimentos sociais rurais gaúchos se uniram contra o governo federalHistoricamente separados por detalhes ideológicos, os movimentos sociais rurais do Rio Grande do Sul deixaram de lado as diferenças e se uniram contra o governo federal para reivindicar ajuda contra os danos causados pela prolongada seca. Com a união, eles esperam fazer frente aos seus colegas dos Estados do Nordeste, que estão tendo os pleitos atendidos.

Um dos símbolos dessa união é um grupo de 15 agricultores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que invadiram o saguão do prédio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Porto Alegre, e se declaram em greve de fome, por prazo indeterminado.

Por volta das 11h20min, o superintendente do Incra, Roberto Ramos, falou com os invasores. Foi informado que a permanência deles ali irá depender do andamento de negociações que estão acontecendo em Brasília. A manifestação não afetou o atendimento no Incra.

Uma das líderes do MST alertou, que caso, as negociações não avancem, eles poderão voltar a invadir uma fazenda de teste de vacinas do Ministério da Agricultura, em Sarandi, cidade agrícola a 370 quilômetros ao norte de Porto Alegre.

– Há uma turma grande negociando com o governo, em Brasília – explicou Jorge Jadir Quadros de Almeida, da direção do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA).

Além do MPA, os colonos da Federação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da região Sul (Fetraf-Sul) estão mobilizados em cidades do interior gaúcho.

Em Brasília, os representantes dos movimentos sociais rurais estão reunidos com técnicos do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e da Fazenda. A pauta é abrangente, mas traz como ponto central a questão da seca. A reforma agrária também faz parte da pauta.