Esta não é a primeira vez que o complexo é alvo de protestos. Em um período de três meses, o complexo já contou com pelo menos outras duas manifestações. Em março deste ano, as obras do complexo sofreram uma parada por conta da paralisação de operários de construção, que reivindicavam melhores condições de trabalho. Em abril, pequenos proprietários insatisfeitos com a desapropriação de terras bloquearam a estrada que dá acesso ao porto, impedindo a entrada de trabalhadores e de caminhões com insumos no canteiro de obras.
Novamente, estes mesmos pequenos agricultores promoveram manifestação para protestar contra a continuidade do processo de desapropriação, mas em caráter pacífico e sem nenhum tipo de bloqueio de estrada, segundo o proprietário Paulo Toledo, que estava no local. De acordo com Toledo, a intenção dos manifestantes é permanecer no local até quinta, dia 02, quando devem seguir em carreata até a prefeitura de São João da Barra (RJ).
? Tenho duas pequenas propriedades e a Codin tentou fazer a desapropriação. Eu não deixei eles entrarem ? disse Toledo, acrescentando que muitas famílias estão sendo forçadas a sair de suas terras pela companhia estadual.
Segundo a Codin, 94 famílias residem na área de 70 quilômetros quadrados a ser desapropriada. Os agricultores, no entanto, dizem que a desapropriação envolve 1,5 mil famílias.
A Codin informou que não foi procurada pelos responsáveis pela manifestação. Segundo a companhia, continuam as negociações para debater as desapropriações com os pequenos proprietários, e a última reunião sobre o tema foi realizada no dia 16 de maio. O próximo encontro deve ser marcado nos próximos dias, de acordo com a companhia.
A LLX informou que o processo de desapropriação da área está sendo realizado pela Codin, e não pela iniciativa privada. Segundo a companhia do grupo EBX, a manifestação não causou parada de obras e o cronograma para a construção do complexo industrial permanece inalterado.