No seminário do Seguro Rural, realizado em Piracicaba (SP), representantes do setor discutem o Plano Trienal, que tem por objetivo ampliar o índice de terras seguradas no país, que é de apenas 10%. Uma das causas do problema é a inexistência de um banco de dados com informações confiáveis.
– Basta ver que são apenas seis seguradoras que fazem isso. Era de se esperar que muitas estivessem interessadas neste projeto, e não há interesse devido às dificuldades. Banco de dados é um dos problemas, estrutura de pessoal para gerir o negócio é outro. Portanto, é necessária a formação da mão de obra desde o profissional de nível superior até o avaliador de risco da lavoura – avalia o presidente da Câmara Temática de Seguros do Agronegócio, José Américo Peón de Sá.
O presidente da Comissão de Seguro Rural da Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg), Luiz Roberto Foz, gostou do plano, mas teme que ocorra o mesmo problema dos últimos anos.
– Ano a ano, o governo deve de R$ 160 milhões a R$ 170 milhões para as seguradoras e só paga em agosto do ano seguinte. Esses valores na seguradora são lançados a prejuízo.
De acordo com Foz, não é só a empresa que tem prejuízo. O agricultor também sai perdendo devido a um sistema equivocado de distribuição.
– O sistema de subvenção é distribuído proporcionalmente às necessidades das seguradoras. Mas o programa é do agricultor, não da seguradora. A verba deveria ir para a mão dele, para que ele pudesse procurar qual a seguradora que tem o produto e o serviço adequado. Significa que quando ele vai a uma seguradora e ela não tem mais subvenção, ele recorre a outra, até encontrar uma que tenha. O agricultor acaba comprando um produto que não é adequado pra ele. Seguradoras deveriam estar oferecendo produtos e taxas melhores – alega.
As seguradoras ainda cobram do governo uma dívida de R$ 100 milhões e projetam crescimento para 2013. O plano atual pretende dobrar o índice de terras agricultáveis seguradas no Brasil.