Estimativa feita pela consultoria Safras & Marcados, especializada no agronegócio, mostra que o campo movimentou R$ 15,35 bilhões a mais entre 2006 e 2011 apenas com as quatro principais culturas (soja, trigo, milho e arroz). Se somente a safra da soja for considerada, o aumento de receita em cinco anos chegou a 100%.
Para Claudio Selisone, do Programa de Administração de Varejo da Universidade de São Paulo (Provar/USP), abrir uma unidade em uma cidade distante de Porto Alegre também se justifica pelos atrativos que cada município oferece, como universidades, que possibilitam a permanência das pessoas nesses lugares.
O interesse pelo Interior cresce também em razão da tendência nacional de padronização de hábitos de consumo, o que facilita a estreia de um mesmo negócio em diferentes locais, destaca o pesquisador do Centro de Excelência em Varejo da Fundação Getulio Vargas (FGV), Maurício Morgado.
Moda ficou mais perto
A abertura de uma grande rede em cidades distantes da Capital costuma provocar certa agitação nos moradores, especialmente nos mais consumistas ou ligados em moda, no caso do varejo de vestuário. Foi o que ocorreu, por exemplo, em Erechim, no norte do Estado, que em outubro recebeu a primeira unidade da Lojas Renner, a segunda maior rede de lojas de departamentos de vestuário do país, de acordo com ranking do Programa de Administração de Varejo da Universidade de São Paulo (Provar/USP).
O grupo Renner investiu R$ 7,2 milhões na cidade, gerou 44 empregos diretos e alvoroço em consumidoras como as bancárias Andréia Turra, 28 anos e Graziele Moreira, 26 anos. Acostumadas a comprar roupas em Santa Catarina, elas agora deixam mais dinheiro na cidade e menos no Estado vizinho.