Os sócios Lucas e Marcone uniram-se em setembro do ano passado após conseguirem dinheiro através de uma linha de crédito especial. Eles oferecem 35 produtos diferentes, bem fresquinhos.
– Temos um pouquinho de cada produto. Mas, como estamos tendo uma produção muito boa, temos conseguido distribuir para outros produtores e outros revendedores que trabalham com feiras e entregas domiciliares em Belo Horizonte – conta o produtor rural Lucas Castro Alves de Souza.
O produto é apreciado pelos consumidores. Na esquina de um bairro nobre de Belo Horizonte (MG), toda terça é dia de feira de orgânicos. A clientela fiel paga o preço de um produto considerado mais saudável.
– É muito mais saudável e com sabor, qualidade e beleza. Eu chego aqui e os olhos enchem, e acabo levando o dobre do que preciso por que é muito bonito – ressalta a engenheira civil Ana Cristina Paixão.
A fazenda de Lucas, a 60 quilômetros da capital mineira, é o primeiro projeto de produção orgânica em Minas Gerais que conta com recursos do programa ABC, Agricultura de Baixo Carbono.
Em sua fazenda, foram investidos R$ 146 mil com dez anos para pagar e dois de carência. A produção orgânica tem tecnologia definida para cada realidade.
– Temos ovinocultura com esterco. Fazemos a produção do adubo orgânico que usamos na horta. Os restos da horta vão para alimentar os ovinos e a criação de galinhas que temos – conta Lucas.
Plantios semanais quinzenais e mensais são feitos de acordo com o ciclo de cada variedade. O faturamento do milho verde dobrou em seis meses, passando de 8 mil reais para 16 mil por mês.
Já o produtor Marcone Gonçalves Xavier saiu de meio hectare na cidade para poder explorar cinco hectares junto com Lucas. A produção familiar tem geração de cinco empregos diretos, sem contar os parentes.
– Meu pai já tem quase oitenta anos, e trabalha comigo. Eu estou firme no projeto, juntamente com meus dois filhos e minha esposa, que ajuda na comercialização em Belo Horizonte – conta Marcone.
O projeto de Lucas e Marcone demorou dois anos e meio para sair do papel, a maior parte deste tempo esperando no banco. Burocracia e a dificuldade para explicar ponto a ponto como o recurso seria aplicado foram os principais entraves.
– O projeto é muito complexo. Não grande em termos de volume financeiro, mas várias atividades diferentes. Sentimos dificuldade de fazer com que o pessoal entendesse do que se tratava o projeto. Graças a Deus conseguimos o recurso para essa atividade pioneira – relata Lucas.
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