O Ministério da Agricultura instalou nesta quarta-feira, 30, a Câmara da Cerveja, com o objetivo de abrir um espaço de debates para o fomento e a diversificação da produção nacional, além de servir de canal para as demandas do setor, que responde por cerca de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, movimentando R$ 100 bilhões por ano e gerando 2,7 milhões de empregos.
De acordo com a pasta, a qualificação das pequenas cervejarias está entre as metas prioritárias, com previsão de ações visando o acesso a mercados externos e a promoção da cerveja brasileira em feiras e eventos e capacitação das cervejarias para exportação. Com mais de 1.190 empresas registradas e produção de 14 bilhões de litros por ano, o setor cervejeiro brasileiro é o terceiro maior do mundo.
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A câmara será integrada por entidades ligadas a toda a cadeia produtiva cervejeira, para discutir temas ligados à política agrícola, defesa agropecuária, estruturação e ao fomento da cadeia produtiva, à pesquisa e inovação, a linhas de financiamento, mercados interno e externo e assuntos fundiários. Entre as entidades, estão a Associação Brasileira da Cerveja Artesanal (Abracerva), a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), a Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil) e o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv).
Durante a cerimônia de instalação da câmara, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse que apasta dará atenção especial aos pequenos cervejeiros e que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) poderá desenvolver novas formas de cultivo de lúpulo e cevada para diversificar a produção nacional de cerveja, a exemplo do que faz com o trigo.
“Precisamos agora consolidar os cervejeiros artesanais, as pequenas cervejarias, facilitando a vida deles. Vocês não são concorrentes, vocês são complementares”, disse a ministra. Em nota, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento informa que, nos Estados Unidos, as cervejarias artesanais movimentam US$ 27 bilhões por ano, e que, no Brasil, não há dados específicos sobre a economia das empresas artesanais, a não ser os dados do próprio ministério a partir do registro formal de novas fábricas.
Conseagri
Após a instalação da câmara, Tereza Cristina reuniu-se com membros do Conselho Nacional dos Secretários de Agricultura (Conseagri), aos quais anunciou um empréstimo de US$ 195 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para investimentos no sistema brasileiro de defesa agropecuária.
“Conseguimos finalmente aprovar um financiamento no Senado, de US$ 195 milhões, para ajudar a defesa sanitária brasileira”, disse a ministra aos secretários estaduais. “Não é a fundo perdido, mas é a juros baratos, e isso é importantíssimo para organizar o sistema sanitário como um todo”, completou.