O estudo faz uma prospecção dos cenários futuros e leva em conta quatro fatores, como dinâmica municipal da agricultura, o desenvolvimento econômico da população, a aptidão agrícola e o interesse ambiental. Para a ministra interina do Desenvolvimento Agrário (MDA), Maria Fernanda Coelho, o estudo tem caráter estratégico para o futuro dos agricultores familiares.
– É um estudo bastante rico, que vai possibilitar nossas equipes trabalharem para que, cada vez mais, a agricultura familiar mantenha e consolide a sua importância ao alimentar todo cidadão brasileiro – disse.
Para fazer a projeção da agricultura familiar nos próximos 10 anos, os técnicos do Nead utilizaram dados do Censo Agropecuário de 1996 e 2006 e dados do Censo da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de 2011. Em uma das constatações, o estudo afirma que a participação da agricultura familiar continuará crescendo na produção dos 10 principais alimentos que vão à mesa do brasileiro, como feijão, arroz, milho, leite e mandioca. No entanto, o documento alerta para o risco de perda de espaço da agricultura familiar para a produção extensiva caso não haja investimentos.
– É possível perceber nas variadas culturas, como o feijão, a mandioca, o leite e o milho, o potencial de crescimento, mas também os riscos no caso da não implementação de políticas adequadas para que possibilite aos agricultores familiares aumentarem a produtividade – reconhece Maria Fernanda.
O diretor do Nead, Roberto Wagner, disse que os estudos realizados pelo Núcleo podem ajudar a preparar um futuro melhor no campo.
– A partir desse e de outros estudos, podemos tomar decisões mais qualificadas para o campo. O Nead tem o papel de alimentar as políticas públicas como um todo e dar o retorno à sociedade – refletiu.
A publicação “Análise territorial e políticas para o desenvolvimento agrário”, que gerou o estudo em questão, está disponível para download gratuito na página do Nead.