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Agronegócio

Agricultura familiar: Plano Safra garante renda durante pandemia, diz Wedekin

De acordo com o comentarista, aumento do seguro rural e integração entre programas rentabiliza o pequeno agricultor em momento difícil para setores que vendem produtos perecíveis

agricultura familiar, produtor
Foto: Arnaldo Alves/ ANPr

Destaques

  • Ivan Wedekin afirma que governo prioriza atendimento ao pequeno e médio produtor e destaca o foco em fixar o agricultor no campo e na melhoria da comercialização
  • Governo atendeu produtores afetados pela pandemia da Covid-19 para garantir renda em momento difícil; aumento do seguro rural e integração entre programas rentabiliza o agricultor
  • Ministério da Agricultura deve focar na digitalização do programa de assistência técnica e na redução de custos associados à obtenção de crédito

As medidas apresentadas no Plano Safra 2020/2021 que contemplam a agricultura familiar confirmam a prioridade do governo em atender o pequeno e o médio produtor, afirma o comentarista do Canal Rural e ex-secretário de Política Agrícola Ivan Wedekin. Ele destacou, sobretudo, o foco dos programas de apoio a essas duas categorias (Pronaf e Pronamp) em fixar o agricultor no campo, inclusive pensando na sucessão familiar e na melhoria da comercialização.

Wedekin avaliou que o governo conseguiu atender bem produtores que foram afetados pela pandemia da Covid-19, pois garante renda em um momento muito difícil para setores que vendem produtos perecíveis. Lembrou ainda que esse plano deve estar combinado com o seguro rural e que, assim, atende bem uma melhor integração dos programas. Nesse sentido, o apoio à comercialização ganha ainda mais importância para rentabilizar o pequeno e o médio produtor.

Entre os pontos que poderiam ser melhorados no plano para atender a agricultura familiar, o comentarista indicou que o programa de assistência técnica tem que evoluir cada vez mais para o digital. Outro aspecto levantado por Wedekin foi o custo indireto associado à obtenção do crédito rural, os chamados “penduricalhos”, como custos administrativos, tributários e cartoriais. Isso encarece o custo final da operação e também os gastos do Tesouro Nacional. Segundo Wedekin, esses pontos devem ser enfrentados com reformas microeconômicas.

Por fim, ele lembrou que o sistema brasileiro de crédito rural é muito bem estabelecido, com importantes fontes de recursos para atender o setor agrícola. Dessa forma, Wedekin considera como mais importante que a taxa de juros em si o direcionamento dos recursos, em que grande parte é custeada pelo Tesouro Nacional, enquanto que a porção relativa ao capital de giro vem de recursos dos bancos. Sendo assim, ele conclui que a taxa de juros da agricultura brasileira é baixa comparada a outros segmentos da economia, tornando o setor competitivo no exterior.

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