– Basicamente é a adoção de determinados procedimentos que permitem ao produtor observar informações do solo e da planta e sua variação dentro da área de produção e também a avaliação dessas informações ao longo do ciclo da cultura – explica o pesquisador da Embrapa, Luis Henrique Bassoi.
Através de um aparelho chamado de clorofilômetro a quantidade de nitrogênio nas folhas pode ser medida e os técnicos conseguem dados precisos das plantas, do solo e do tempo. Depois de adquiridas as informações são levadas para o laboratório onde são detectadas as necessidades de cada área da lavoura.
– Nós mostramos onde tem maior quantidade de nitrogênio na folha ou menor quantidade. Nós mostramos onde estão as plantas que apresentam maior número de cachos e menor número e consequentemente maior e menor produtividade. Também conseguimos mostrar ao produtor onde existem regiões em que o solo armazena mais e menos água – afirma o pesquisador.
Com um pouco mais de um ano os resultados do projeto são bem promissores. Em parte das áreas em que há uma capacidade maior de retenção de água no solo foi possível reduzir a irrigação sem prejuízo à cultura. Na prática isso significa uma maior economia de água e energia elétrica para o produtor. De acordo com o pesquisador, além de permitir a economia, os custos de implantação são baixos e não modificam tanto a rotina do produtor.
– Nós estamos utilizando o que o produtor tem. Fazemos apenas a adaptação desses conceitos de agricultura de precisão para as condições dessa produção e isso não leva a um aumento de custos. A única coisa que diferencia é que você altera o procedimento de coleta de informações, o que normalmente o produtor já fazia – explica Bassoi.
O sistema, que já está sendo utilizado nesta fazenda de uva, pode ser aplicado em outras áreas e em outras culturas.
– Na medida em que surgirem as necessidades de pesquisas, nós poderemos adotar e começar a trabalhar em outras culturas. O importante é ressaltar que os conceitos de agricultura de precisão que são aplicados em determinada espécie podem ser replicados em outras – afirma o pesquisador.
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