Nos outros 20 municípios, a agricultura é a alavanca para o desenvolvimento, e ainda enfrenta desafios para crescer mais. Para o presidente do Sindicato Rural de Carazinho, Carlos Scheibe, há um contraste entre boa produtividade e alto custo de produção, o que põe o agronegócio em alerta e acelera a busca por soluções para a precariedade de estradas, encarecimento do frete e capacidade insuficiente de armazenagem.
Scheibe observou ainda que, além do grão, a produção leiteira tem grande potencial de rentabilidade, principalmente diante da crescente demanda de indústrias como a Nestlé, em Carazinho, e a Italac, em Passo Fundo. Por outro lado, crê ser importante qualificar a mão de obra e formar parcerias.
Nesse viés, o professor de economia da Universidade de Passo Fundo (UPF), Eduardo Finamore, destacou que o desenvolvimento regional passa por um planejamento estratégico coletivo. Logo, a integração de setores tem papel decisivo para fortalecer o agronegócio e a gestão de projetos compartilhados na região.
? Há iniciativas que extrapolam a esfera dos municípios e exigem um trabalho unido pelos interesses regionais comuns ? observou Finamore.
Opinião compartilhada pelo presidente da Associação de Municípios do Planalto (Ampla) e prefeito de Mato Castelhano (RS), Solano Canevese. Segundo ele, cabe aos líderes estimular a participação do cidadão, impulsionar projetos e descentralizar os investimentos.
Um exemplo é a expansão logística. Para o presidente da TW Transportes, Milton Schmitz, a posição estratégica credencia o setor como nova vocação da região pelas alternativas para escoar a produção, mas ainda falta avançar em infraestrutura, qualificação profissional e em um novo modelo de concessão de pedágios.
? O agronegócio é a chave do progresso, e as parcerias público-privadas serão decisivas para diminuir a rivalidade e estimular a cooperação ? disse.