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Agricultura quer que maior parte do milho brasileiro fique no país

Entre as medidas estudadas, estão o estímulo à produção nacional, o alongamento do custeio e crédito para carregamento de estoques

Fonte: Canal Rural

O Ministério da Agricultura estuda medidas para assegurar que uma parte maior da produção nacional de milho seja destinada ao mercado interno, entre elas o estímulo à produção, o alongamento do custeio e crédito para carregamento de estoques, por meio de remanejamento de recursos do Plano Safra. 

“Vamos criar mecanismos para que a indústria nacional não pare”, disse nesta quarta-feira, dia 15, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, em coletiva na sede da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em São Paulo.

Antes ele havia participado, também na sede da ABPA, de reunião com representantes da indústria para discutir alternativas para conter a ‘crise do milho’. Uma das metas, segundo a ABPA, é abrir o diálogo entre produtores e agroindústrias com o intuito de evitar que as exportações do cereal não comprometam o abastecimento interno. Estiveram presentes no encontro autoridades, representantes do setor e de empresas de proteínas, como JBS e BRF. “Há estados como Mato Grosso que podem elevar muito a sua produtividade”, afirmou Geller. 

O secretário de Política Agrícola questionou a estratégia de comercialização do milho na atual safra. “Por que a indústria não entrou no ano passado e não comprou (milho) como fizeram as tradings?” A estimativa é de que cerca de 70% da safrinha que está sendo colhida tenha sido negociada para exportação. 

“Fizemos uma primeira aproximação com agroindústria e vamos começar a prever o futuro”, contou Geller, acrescentando que há estudos preliminares sobre contratos futuros entre as partes. Segundo ele, a escassez de milho no país fez com que tradings “recomprassem” milho vendido para o exterior e ofertassem o produto para as indústrias brasileiras. 

O presidente da ABPA, Francisco Turra, concordou com Geller. “Havia um comportamento de acomodação por parte da indústria antes. Hoje têm um novo concorrente, que é o mercado externo.” De acordo com o executivo, no encontro de hoje houve uma sinalização positiva de agroindústria de conversar com produtor.

A cotação do milho atingiu altas recordes em 2016. O indicador do milho Cepea/Esalq/BM&FBovespa acumula alta de 43,4% desde o início do ano. Nesta quarta, fechou a R$ 52,04/saca. Um dos motivos foi o aumento das exportações, impulsionadas pela desvalorização do real ante o dólar desde o segundo semestre do ano passado. “Existe uma situação emergencial para abastecer e seguir este fluxo exportador crescente de proteínas pelo Brasil, principalmente com este mercado interno em recessão”, afirmou Turra.

Medidas

Geller confirmou que o Ministério da Agricultura estuda a retirada do PIS/Cofins na importação de milho para reduzir os custos da indústria de carne e de ração que tem buscado suprimento fora do país. “Estudamos retirar por quatro a cinco meses para também garantir a competitividade do produto brasileiro”, afirmou Geller, em coletiva na sede da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Mais cedo, o Ministério da Agricultura havia informado que o governo busca alternativas para o abastecimento em 2017, como a retirada do PIS/Cofins na importação.

A Argentina é, até o momento, o principal fornecedor de milho para o Brasil, com 202 mil toneladas este ano, seguida do Paraguai, com 176,24 mil toneladas. Os Estados Unidos também enviaram milho para o Brasil – 19,55 toneladas em janeiro. De lá pra cá nada veio do país, apesar de o governo brasileiro ter isentado, em abril, as compras de milho de fora do Mercosul da Tarifa Externa Comum (TEC) de 8%.

Geller afirmou que os estoques nacionais do grão estão muito baixos para atender o consumo e que restam cerca de 600 mil toneladas, sendo que 500 mil toneladas podem ser oferecidas em leilão em breve. “O ideal seria termos pelo menos 2,5 milhões em estoque”.

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