Soja, milho e algodão devem elevar em 13% o valor bruto da produção de Mato Grosso em 2017. A projeção foi anunciada nesta quarta-feira, dia 14, pelo Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária (Imea), que fez um balanço de 2016 e perspectiva para 2017 das principais commodities do estado. O ponto negativo é o custo da produção, que pode onerar a rentabilidade do produtor na próxima safra.
O gestor técnico do Imea, Angelo Ozelame, fez um balanço de 2016 e perspectiva para 2017. O clima foi o grande vilão da agricultura, em especial da soja, milho e algodão. A pecuária também teve um ano negativo.
“As quatro culturas foram impactadas pelo clima. A agricultura teve um impacto muito grande. Mais de oito milhões de toneladas deixaram de ser produzidas aqui no estado. E na pecuária tivemos problemas na questão das pastagens pela seca”, afirma.
Para o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do estado, a dificuldade no acesso ao crédito na segunda safra, principalmente a obrigatoriedade para contratar seguro rural desestimula a produção no local.
“Para o banco conceder o crédito, ele precisa da apólice de seguro assinada. Esta apólice de seguro está custando em média 9% do valor do crédito. Então, é um seguro que diz: ‘olha, não pegue esse dinheiro, não plante essa safra’. Isso é um absurdo”, analisa Rui Prado, presidente do Imea.
Com relação a mercado, o levantamento de 2016 mostra que a agricultura teve desempenho melhor do que a pecuária por conta do câmbio.
“A agricultura acabou beneficiada pelo dólar mais elevado este ano, o que potencializou o preço. Porém, tivemos custos de produções que também tiveram uma elevação muito grande, o que acabou compensando uma com a outra”, diz Ozelame.
“Na pecuária esperávamos preços melhores para o fim deste ano, mas na realidade não aconteceu isso. Tivemos preços que ficaram oscilando a R$ 131, R$ 132 por arroba, não tendo esse aumento que o produtor e o mercado esperavam para o final desse ano”, aumenta.
A expectativa é de retomada na produção de grãos, o que deve alavancar o crescimento do valor bruto da produção no estado.
“Acreditamos que as safras agrícolas devem ser melhores do que em 2016. Por questões óbvias, as quedas que tiveram em 2016 derrubaram nossa projeção. A janela do milho dá boas perspectivas para o ano que vem. Algodão e soja devem crescer”, conta o superintendente do Imea, Daniel Latorraca.
Outra novidade para 2017 é a criação de novos indicadores para o mercado: arroz e feijão.