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Agricultura

Com linhas de crédito do Plano Safra congeladas, empresas oferecem opções na Agrishow

Linhas de crédito estão congeladas desde fevereiro. Na falta de recursos, empresas oferecem outras opções ao produtor

Muitas coisas foram inéditas nesta edição da Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), mas uma coisa não mudou.

Assim como em algumas edições anteriores, a principal feira de tecnologia agrícola da América Latina começa sem algumas linhas de crédito subsidiadas do Plano Safra, entre elas, o Moderfrota, usado na compra de máquinas agrícolas; e o Pronaf, de fortalecimento da agricultura familiar.

E isso preocupa o setor. Segundo o presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Equipamentos Agrícolas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Pedro Estevão Bastos, seria necessário, pelo menos, R$ 5 bilhões para suplementação orçamentária, ainda para o calendário-safra prestes a ser encerrado. No entanto, o pedido ainda não foi atendido.

“Entre fazer a Agrishow com ou sem Moderfrota, é óbvio que é melhor com o programa, com a taxa de juro fixada em 12,5%. Mas não aconteceu. Se o produtor for ao mercado, vai encontrar juros em 16%, 18%. Na faixa do Pronaf, em que o juros é de 5,5%, a diferença é maior ainda. A gente tem expectativa que a suplementação saia. Sabemos que o governo não tem obrigação, mas seria melhor para o agricultor, para os fabricantes e para o governo, que arrecada mais. Ou seja, todo mundo ganha”, diz Estevão Bastos.

Polêmica com ministro não deve afetar Agrishow

A Abimaq é uma das organizadoras da Agrishow. “Com as linhas seria muito bom. Sem as linhas será pior. Mas ainda não dá para estimar o quanto pior será. A visitação está melhor, mas com dois dias ainda não dá para fazer uma estimativa. Mas a expectativa é boa, mas claro, depende de muitas variáveis, o crédito é um deles”, afirma. Na opinião dele, o caso envolvendo a Agrishow e o ministro Carlos Fávaro não deve afetar o resultado final.

Para o próximo Plano Safra, a Abimaq solicitou R$ 34 bilhões para o Moderfrota e R$ 11 bilhões para o Pronaf. “A gente precisa de um volume razoável, que dure todo o Plano Safra, e juros fixos. Por isso, pleiteamos um volume robusto”, explica Bastos.

Nesta terça-feira (2), no segundo dia da Agrishow, o vice-presidente para a América do Sul da Case IH, Christian Gonzalez, reafirmou a importância do subsídio. “O Brasil é um país dependente de crédito governamental. É fundamental. A gente não pode minimizar essa importância. E nós precisamos deste crédito. É claro que buscamos soluções de crédito do mercado, mas é uma opção cara, então precisamos de crédito governamental”, ressalta.

Opções de venda

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Foto: Ministério da Agricultura

Na falta de crédito subsidiado, ganham espaço os bancos comerciais, as fábricas e as cooperativas de crédito. Na Agrishow, o Banco Santander está oferecendo uma linha de taxa pós-fixada, com uma juros em 11,25% para operações fechadas em até 92 meses.

O superintendente de agronegócio da instituição financeira, Ricardo França, salienta que R$ 400 milhões foram negociados apenas no primeiro dia. “Nossa expectativa é chegar em R$ 2 bilhões”, afirma. Na edição do ano passado, foram R$ 1,4 bilhão, superando em 40% a expectativa inicial.

A projeção é de uma queda, ainda que “tímida”, na taxa de juros a partir do segundo semestre, o que tornaria mais vantajosa a modalidade ao produtor.

Segundo o gerente comercial agrícola da Yanmar, Fernando Figueiredo, sem o crédito disponível, a opção tem sido utilizar as linhas oferecidas pelos bancos de fábrica. “Desta forma é possível vender bem, mesmo com o produtor na expectativa pelo novo Plano Safra”.

É o caso do Banco CNH. Segundo o diretor comercial da empresa, Márcio Contreras, com o fim dos recursos subsidiados, a aposta é no CDC, em que o recurso é captado no mercado financeiro e emprestado aos produtores usando o bem como garantia.

“Embora seja uma operação cara e complexa, ainda é muito mais vantajosa que juros livres. É uma solução que será cada vez mais popularizada com o mercado de títulos do agronegócio, especialmente na agricultura empresarial”, explica.

Pequenos e médios produtores

Na visão de Contreras, as linhas subsidiadas são importantes e serão cada vez mais direcionadas para pequenos e médios produtores. “Essa nova linha do BNDES para agroexportadores atrelada ao dólar também é uma solução interessante e que deve crescer”, afirma.

Na falta de recursos, outra opção é o consórcio. Com taxas em torno de 6%, o produto costuma ter um salto quando o subsídio acaba. “O produtor não sai da concessionária com o produto na hora, pode ser que leve anos até ele ser contemplado, mas para quem pensa no longo prazo e quer planejar a compra é uma excelente solução e que costuma ter mais busca quando o crédito está escasso”, o CEO da Sicoob Credicitrus, Walmir Segatto.

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