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DISPUTA ACIRRADA

Agro brasileiro de olho nas eleições americanas: entenda o impacto

Relação comercial entre Brasil e EUA, que em 2023 movimentou 36,9 bilhões de dólares em exportações brasileiras

Agronegócio brasileiro de olho nas eleições americanas: entenda o impacto
Fotos: Gage Skidmore

Com as eleições presidenciais dos Estados Unidos se aproximando, o Brasil observa de perto os possíveis desdobramentos para a economia e o agronegócio nacionais. Segundo José Pimenta, diretor da BMJ Consultores Associados, a relação comercial entre Brasil e Estados Unidos, que em 2023 movimentou 36,9 bilhões de dólares em exportações brasileiras, poderá enfrentar novos desafios, especialmente se as políticas comerciais e ambientais dos EUA mudarem conforme o vencedor das eleições.

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Pimenta ressalta a magnitude do processo eleitoral americano e o impacto que essa decisão pode ter em escala global, dada a importância dos Estados Unidos como uma das maiores economias mundiais. “Estamos diante de um quadro eleitoral muito complexo, e o mundo inteiro está atento a essa disputa”, destacou Pimenta, lembrando que Brasil e Estados Unidos possuem uma parceria comercial histórica e sólida, com grande volume de investimentos em setores como a indústria alimentícia, siderurgia e aeronáutica.

As diferenças entre os candidatos Kamala Harris e Donald Trump, de acordo com Pimenta, podem moldar o futuro dessa relação. “A Kamala Harris, por exemplo, tem uma visão voltada para a economia verde, procurando expandir as políticas ambientais do atual governo Biden. Em contrapartida, Trump, se vencer, deve reforçar uma economia baseada em combustíveis fósseis, com medidas protecionistas mais rígidas,” comentou. Essa distinção nas políticas ambientais e comerciais pode influenciar diretamente o Brasil, especialmente no setor agropecuário, que representa uma parte significativa das exportações para os EUA.

Pimenta ainda destaca que, embora ambas as candidaturas enfoquem a geração de empregos e a dinamização econômica, os meios para alcançar esses objetivos são distintos. “A Kamala tem uma agenda mais alinhada ao mercado sustentável, enquanto Trump tende a reforçar o protecionismo, com foco no fortalecimento de setores industriais tradicionais e uma postura mais dura em relação à China”, explicou. Esse último ponto é relevante para o Brasil, pois uma escalada na guerra comercial entre EUA e China pode criar novas oportunidades para o agronegócio brasileiro, mas também traz o risco de instabilidade no comércio global.

Para o diretor da BMJ, independentemente do resultado, o Brasil precisará adaptar suas estratégias de diálogo e cooperação. “O Brasil terá de ajustar o campo de negociações, tornando-as mais estratégicas e consistentes com as novas diretrizes do vencedor. A relação comercial bilateral entre os países é robusta e conta com investimentos mútuos que remontam décadas, mas o cenário exige cautela e adaptação,” concluiu Pimenta.

Pimenta também salientou que, apesar das incertezas eleitorais, a longa história de cooperação comercial e industrial entre Brasil e Estados Unidos deverá ajudar a manter as relações comerciais relativamente estáveis.

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