O Brasil, único pentacampeão mundial de futebol, é destaque também na exportação de cinco commodities.
Assim que os portugueses desembarcaram no Brasil, em 22 de abril de 1500, logo perceberam nossa vocação para o agro. Na carta de Pero Vaz de Caminha, endereçada ao rei de Portugal, Dom Manuel, estava escrito: “Nesta terra, em se plantando tudo dá”.
Mas o próprio Brasil levou séculos para desenvolver sua vocação agrícola. Só a partir da década de 1970 começou a investir de fato em pesquisa e conhecimento para deixar a condição de importador de alimentos e se tornar potência mundial na agropecuária.
Segundo o chefe-geral da Embrapa Territorial, um dos grandes responsáveis por essa evolução foi Alysson Paolinelli, um dos idealizadores da Embrapa.
Ele teve a brilhante ideia de mandar jovens pesquisadores brasileiros recém-formados para os quatro cantos do mundo para que estudassem o que existisse de conhecimento ao redor do planeta Terra e trouxessem esse conhecimento aqui para o Brasil. Mas não para aplicá-lo como era feito naqueles outros países, mas que pudesse gerar novos conhecimentos aqui, focados numa agricultura tropical.
Se no futebol somos hoje o único país cinco vezes campeão mundial, no agro temos também cinco commodities campeãs de exportação, que juntas renderam quase US$ 60 bilhões para o Brasil em 2021
- Soja – US$ 38.638,7
- Celulose – US$ 6.727,9
- Café – US$ 5.804,7
- Milho – US$ 4.188,8
- Algodão – Us$ 3.405,9
No ano passado, as exportações brasileiras registraram recorde de US$ 280 bilhões, com o agro representando 43% desse total, com mais de US$ 120 bilhões. E garantindo assim, mais uma vez, o superávit na balança comercial.
Superávit na balança comercial
Para o economista Roberto Troster, ter superávit na balança comercial tem três efeitos muito importantes para a economia de qualquer país. Entram mais dólares do que saem, baixa o câmbio e baixa a inflação. Mais estabilidade de preços e mais investimentos.
O segundo ponto é que, com menos inflação, você tem juros mais baixos. Quanto mais baixos forem os juros, maior será a oferta de crédito e maior vai ser o investimento e a geração de empregos.
E o terceiro ponto é que mais recursos aqui dentro representam mais recursos para investir. Você consegue crescer mais.
Sustentabilidade
No sul da Bahia, uma empresa produz celulose há mais de três décadas a partir de árvores plantadas. Um milhão e cem mil toneladas por ano, utilizando uma área de 200 mil hectares, sendo metade de eucaliptos e a outra metade de preservação. O processo todo é sustentável, desde o cultivo da madeira até a geração de energia produzida por restos de materiais orgânicos que vêm da própria floresta.
O CEO da Veracel, Caio Zanardo, diz que aproveitam de tudo, desde casca de coco, babaçu até resto de cana-de-açúcar, todo biomaterial que é possível ser queimado na caldeira gera energia. São 108 megawatts na fábrica que consome 70 megawatts, ou aproximadamente 70%. O restante, cerca de 30% são vendidos. Além disso, parte da energia gerada aqui ainda é colocada à disposição na rede elétrica da região de Eunápolis e Porto Seguro.
Além da sustentabilidade, o setor se destaca pela flexibilidade e improviso para superar as adversidades, como faz o jogador brasileiro em campo. O exemplo recente disso foi a pandemia. O setor foi colocado como um setor essencial e a empresa teve que manter as operações com aumento de demanda, mesmo numa situação desconhecida no setor. Isso mostra essa flexibilidade, esse drible, a capacidade de implementar rápido, de fazer as coisas acontecerem, sem nunca deixar a sociedade e o meio ambiente à parte disso.
Exportação de jogadores de futebol
Em relação a exportação de jogadores de futebol, somos líderes no ranking mundial, principalmente para a Europa. Nosso principal craque, aliás, Neymar, joga na França, no Paris Saint Germain.
Segundo dados do Centro Internacional de Estudos do Esporte (Cies), localizado na Suíça, o Brasil tem atualmente 1.219 atletas espalhados pelo mundo, seguido da França, com 978, e da Argentina, com 815.
E, se depender do talento dos nossos jogadores e dos nossos produtores, o Brasil vai continuar sendo destaque nesses dois campos nas próximas décadas.