Agroconsult projeta safra de milho em 2015/2016 em 86,194 mi de toneladas

Segunda safra deve ser de 58,8 milhões de toneladas, aumento de 8% sobre a colheita da temporada passada, mas com menor produtividade. Projeção para a soja é praticmante a mesma divulgada em fevereiro, de 101,7 milhões de toneladas

Fonte: Sidnei José Celestino/Ivatuba (PR)

A consultoria Agroconsult projetou nesta quarta-feira, dia 16, que a safra total de milho vai somar 86,194 milhões de toneladas em 2015/2016. A produção na segunda safra é de 58,8 milhões de toneladas, aumento de 8% na comparação com a safra anterior. Segundo a consultoria, a área semeada na safrinha será 10,7% maior ante a do ano passado, com 10,7 milhões de hectares.

No entanto, a produtividade das lavouras da segunda safra do cereal, a safrinha, deve cair para entre 91 e 92 sacas por hectare, de 95 sacas por hectare no ano passado. Houve mais uma vez atraso no plantio da segunda safra de milho, mas o sócio da consultoria André Pessôa ressalta que o avanço está praticamente em linha com o ano passado. 

“Mas neste ano não vemos um clima tão favorável quanto no ano passado, precisamos de chuva ainda até abril e maio”, comentou.

Soja

A consultoria Agroconsult praticamente manteve a sua projeção de produção de soja em 2015/2016, prevista agora em 101,7 milhões de toneladas. Em fevereiro, durante o 2º Seminário sobre Previsão de Safra da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), a empresa havia projetado safra de 101,6 milhões de toneladas. Em janeiro, antes do começo do Rally da Safra 2016, a consultoria esperava 99,2 milhões de toneladas. 
 
Segundo a Agroconsult, a produtividade das lavouras deve cair nesta temporada em Mato Grosso e no Paraná, os principais estados produtores. No entanto, o sócio da consultoria, André Pessôa, ressaltou que a queda não foi tão acentuada quanto se esperava. Em Mato Grosso, o rendimento médio foi estimado em 52 sacas por hectare, abaixo das 53 sacas por hectare na safra anterior. Com isso, a produção no estado foi estimada em 28,5 milhões de toneladas, de 28,4 milhões de toneladas no ano passado.
 
No estado, Pessôa contou que a consultoria encontrou condições muito diferentes entre as lavouras, mesmo em regiões próximas. “Chovia em uma propriedade, e no lado não choveu, em áreas plantadas com dois ou três dias de diferença, tivemos diferença no desempenho de 20 a 30 sacas”, disse. Neste ano, cerca de 8% das lavouras precisaram ser replantadas em Mato Grosso. Ele ressaltou que, em algumas regiões, houve alta incidência de mosca-branca.
 
No Paraná, o rendimento médio foi estimada em 53,6 sacas por hectare, de 54,9 sc/ha em 2014/15. “Não só a questão climática atrapalhou, com excesso de dias nublados, como a maior incidência de ferrugem”, explicou Pessôa. 
 
O sócio afirmou que Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul foram destaques positivos na produtividade, com elevação do rendimento médio. Em Minas foi de 44,3 sacas por hectare no ciclo anterior para 51,3 sacas por hectare nesse ano. Segundo a consultoria, apesar da maior incidência de mosca-branca, as lavouras mineiras tiveram menos problemas com lagartas e ferrugem. Em Goiás, o clima mais regular levou à recuperação do rendimento na comparação com as duas safras anteriores. Em 2015/2016, a produtividade foi estimada pela Agroconsult em 53,1 sacas por hectare, ante 43,2 sacas/ha no ciclo anterior. Em Mato Grosso do Sul, as lavouras de soja tiveram rendimento médio projetado em 53,9 sacas/ha, ante 52 sc/ha em 2014/15.
 
No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, a Agroconsult projeta recorde de produtividade, com aumento do peso de grãos na comparação com a safra passada. No RS, a Agroconsult estima que a produtividade média pela primeira vez vá superar as 50 sacas por hectare, com projeção de 50,7 sacas por hectare. Em Santa Catarina, a produtividade deve ficar em 55,4 sacas por hectare na média, segundo a consultoria, pela primeira vez acima de 55 sacas/ha.

As maiores perdas se concentram no Matopiba. No entanto, a melhora em outros estados compensou as perdas na produção total no País. No Maranhão, o rendimento passou de 46 sacas/ha no ciclo passado para 37 sacas por hectare na safra 2015/2016. No Piauí, foi de 45,4 sacas/ha para 37 sacas/ha neste ano. O rendimento médio no Tocantins foi estimado em 40 sacas por hectare, abaixo do relatado no ciclo passado, de 48,6 sacas por hectare. Já na Bahia, a produtividade caiu para 39,5 sacas por hectare, de 49 sacas por hectare no ciclo anterior. 

“A soma desses estados chega a 3,5 milhões de toneladas, então essas perdas foram compensadas por melhora em outros estados com área maior de soja, como Goiás”, comentou Pessôa.