O pavilhão da Agricultura Familiar se consolidou como um marco das grandes feiras agropecuárias do Rio Grande do Sul.
Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Rural, em 2024, 3.967 agroindústrias estão registradas no Programa Estadual da Agroindústria Familiar (Peaf), 88 a mais do que no ano passado.
“No ano que vem, vamos mais que dobrar essa intenção de apoiar a agroindústria familiar. Queremos atingir o máximo de propriedades, estimulando agricultores impactados por eventos climáticos, jovens, mulheres, praticas sustentáveis e iniciativas de agroindustrialização e agregar valor naquilo que produzimos”, diz o secretário de Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul, Vilson Covatti.
Os produtos expostos nos pavilhões das feiras são, geralmente, feitos de forma artesanal e, por vezes, usam frutas, legumes e recursos disponíveis na propriedade do pequeno produtor. Além de tudo, esse tipo de atividade envolve e mantém o jovem no campo.
Esse é o caso da Raquel Pellegrini, que saiu do meio rural, estudou e voltou para conduzir, junto com os pais, uma agroindústria em Paraí, na Serra gaúcha, especializada na confecção de geleias, molhos e outros itens.
“A gente vê muitos jovens que estão pegando gosto pelas agroindústrias, por tocar os negócios. Também as mulheres à frente dos negócios. As agroindústrias estão cada vez mais profissionais, com produtos melhores”, diz Raquel.
Faturamento da agroindústria familiar
O resultado de todo esse esforço está no faturamento. Somente com feiras e eventos, o setor contabilizou R$ 26,4 milhões ao longo de 2024, receita 10% superior ao atingido em 2023, quando as agroindústrias atingiram R$ 23,9 milhões em negócios.
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Na Expointer 2024, por exemplo, o pavilhão da Agricultura Familiar celebrou 25 anos e um recorde de quase R$ 11 milhões em faturamento.
“Para as agroindústrias foi um ano dificil. Nós tivemos as enchentes, dificuldade de transporte, mercado mais restrito porque não tínhamos nem como transportar os produtos. Muitas foram afetadas pela enchente, mas se reergueram”, ressaltou o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag), Carlos Joel da Silva.
Ivandro Remus, dono de uma agroindústria que costuma estar presente em feiras, acredita que as pessoas procuram cada vez mais produtos de qualidade e, mais do que isso, querem saber quem os produz. “Ser agricultor familiar é muito bom nesse momento que aconteceram tantas coisas. A gente recebe mais apoio ainda por ser da agricultura familiar”.