As exportações brasileiras do agronegócio cresceram 25% no primeiro semestre deste ano na comparação com igual período do ano passado, segundo cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Em receita, o faturamento obtido foi 4% maior, alcançando US$ 45 bilhões – em reais, a alta foi de 8%. Para o Cepea, os embarques sinalizam “novo recorde em termos de volume para 2016”.
De acordo com centro de estudos, grande parte dos produtos acompanhados teve as vendas externas ampliadas, com destaque para milho e etanol, que subiram 131,1% e 100,9% no semestre, respectivamente. Também tiveram incremento no volume exportado a carne suína (55,78%), algodão em pluma (42,9%), açúcar (21,17%), soja em grão (19,6%), madeira (18,54%), carne bovina (16,82%), farelo de soja (15,11%), suco de laranja (14,35%), carne de aves (13,79%), celulose (5,06%) e óleo de soja (1,96%). Apenas café e frutas apresentaram queda nos embarques, de 8,99% e 6,67%, respectivamente.
“O bom desempenho é observado mesmo com a queda dos preços em dólar e com a valorização do real frente às moedas dos principais parceiros comerciais do Brasil. A atratividade das exportações brasileiras do agronegócio, preços em reais, caiu quase 12% no comparativo dos semestres”, destacou o Cepea.
O câmbio real do agronegócio, calculado com base numa cesta de 10 moedas, teve alta de 0,4% na comparação da média do primeiro semestre de 2016 com a dos seis primeiros meses do ano passado, enquanto os preços em dólares caíram pouco mais de 12%. Dos produtos analisados pelo Cepea, o grupo de frutas foi o único que não apresentou redução nas cotações em dólares.
Ainda segundo Cepea, nos últimos 17 anos (comparando-se a média do primeiro semestre de 2016 com a de todo o ano de 2000), o volume exportado pelo agronegócio cresceu expressivos 318% e o preço em dólar dos produtos embarcados subiu 52%.
Para a última metade de 2016, o centro de estudos diz que o ambiente econômico interno mais favorável à retomada da confiança deve manter o real valorizado, “limitando a atratividade das vendas externas brasileiras”. Neste semestre, “as atenções se voltam ao desenvolvimento das safras nos Estados Unidos e aos possíveis impactos do clima sobre a oferta dos produtos agrícolas”, conclui o Cepea.