O novo ministro da Agricultura, cujo nome começa a ser debatido no setor após a atual ministra Kátia Abreu ter optado por permanecer no governo da presidente Dilma Rousseff – derrotada no plenário da Câmara dos Deputados em processo de impeachment, no domingo, dia 17 –, precisa ter um perfil misto e ser alguém com peso político, mas também conhecimento técnico do setor. Esta é a avaliação do presidente da Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil), Almir DalPasquale.
“Precisamos de uma pessoa técnica, que tenha conhecimento do país e não tenha um olhar só para a soja, ou o frango, ou o suíno. Mas precisa ser um nome com peso político e que já tenha passado por esse processo”, afirmou DalPasquale.
Segundo DalPasquale, conversas de bastidor já vêm ocorrendo em torno de um novo nome para assumir o Ministério da Agricultura, em caso de eventual troca de governo. As principais entidades do setor, que integram o Instituto Pensar Agro (IPA), devem continuar debatendo o tema com representantes da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) até definir um nome para o novo ministro.
“Temos relação muito próxima com a FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária , total liberdade para sugerir nomes para eles e eles para nós”, acrescentou DalPasquale. Ele preferiu, contudo, não mencionar os nomes cogitados pelo setor para assumir o cargo.
O presidente da Aprosoja disse que a atual ministra da Agricultura, Kátia Abreu, ainda que “pessoa de caráter e séria”, ficou do lado do governo e não há, para ele, “o mínimo de condição” para mantê-la no poder. DalPasquale lembrou também que representantes do setor procuraram a ministra para “convencê-la no momento em que era importante ela se afastar”. “Ela sempre foi nossa líder no agronegócio”, afirmou. Contudo, a decisão de Kátia Abreu de continuar apoiando a presidente Dilma Rousseff a distanciou do setor, disse.
Sobre o resultado da votação do processo de impeachment na Câmara dos Deputados ontem em Brasília, com a aprovação pela maioria dos deputados de que o processo siga para o Senado, DalPasquale declarou que foi uma “vitória boa e muito agradável” e que a entidade espera “que o Senado continue a pensar no país”.