Para 2013, a consultoria projeta que as exportações do agronegócio atinjam US$ 81,3 bilhões e representem 33,8% das vendas externas totais. O saldo comercial do agronegócio deve somar US$ 70,4 bilhões. Em 2012, o saldo foi ligeiramente maior e atingiu US$ 72,8 bilhões.
– Mesmo um pouco menor, o agronegócio vai segurar a balança comercial – prevê Fabio Silveira, sócio-diretor da consultoria.
O economista observa que neste ano cada vez mais as apostas estão concentradas no agronegócio como pilar da balança comercial. O saldo comercial projetado para os bens intermediários em 2013, o único setor depois do agronegócio que contribuiu nos últimos tempos positivamente para o resultado da balança comercial, deve cair pela metade, de US$ 6,4 bilhões para algo em torno US$ 3 bilhões.
Os preços em dólar no mercado externo estão num patamar mais baixo, mas ainda são considerados bons por causa da competitividade do agronegócio brasileiro, especialmente no caso da dobradinha milho/soja. Sozinho, o complexo soja, que engloba grão, óleo e farelo, responde por um terço das vendas externas do setor.
Dúvidas
As dúvidas manifestadas recentemente por economistas de que a falta de chuvas que afetou o nível de reservatórios e que poderia ter impactos sobre a produção agrícola estão cada dia mais remotas.
– A safra está praticamente garantida – afirma o analista sênior da consultoria Safras & Mercados, Paulo Molinari.
Na sexta, dia 25, a consultoria divulgou uma nova estimativa da safra de soja para este ano, que deve atingir 84,68 milhões de toneladas. No ano passado, a produção foi de 67,76 milhões de toneladas. Uma safra maior garante um resultado comercial mais relevante, mas, por outro lado, piora a questão do frete.
Por enquanto, os agricultores de Mato Grosso que já começaram a colheita relataram que as chuvas ocorridas nas últimas semanas podem dificultar a entrada das máquinas no campo e afetar a qualidade do grãos.
– Existe uma perda entre 10% a 15% na região de Sorriso (MT) por causa da chuvas, mas é localizada – conta o presidente da Cooperativa Agropecuária e Industrial Celeiro do Norte (Coacen), Gilberto Perusi.