Para celebrar o aniversário de 50 anos da Embrapa, a repórter do Planeta Campo, Michele Jardim, preparou uma reportagem especial com os grandes mentores e idealizadores por trás do sucesso da entidade.
Afinal, 50 anos é uma marca significativa, e na Embrapa isso representa inúmeras horas, segundos e muita tecnologia conquistada.
A robustez da instituição é um reflexo da sua incansável luta pelo desenvolvimento do setor agropecuário, tornando-se um dos pilares mais importantes para a evolução da tecnologia agrícola no Brasil.
“Talvez eu seja suspeito para falar, pois passei 50 anos da minha vida trabalhando na Embrapa. No entanto, acredito que essa instituição tenha realizado uma verdadeira revolução na agricultura brasileira, incentivando estudos e trazendo as melhores práticas do mundo para o nosso país. A Embrapa não mediu esforços para aprender e aprimorar o setor agrícola, e é graças a essa dedicação que hoje temos uma agricultura baseada em ciência e tecnologia, que deve muito à instituição”, diz Eliseu Roberto de Andrade Alves, ex-presidente da Embrapa.
Eliseu Alves ajudou a criar e alicerçar a instituição. Foi diretor e presidente da Embrapa. Viu de perto todas as mudanças da agropecuária no Brasil, acompanhou a implantação da extensão rural no país e defendeu a capacitação dos pesquisadores com a intenção de auxiliar o país a se tornar um dos maiores produtores de alimentos do mundo.
Criada em abril de 1973, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) é referência mundial em pesquisa e tecnologia para o agronegócio do Brasil. A instituição é responsável por liderar uma rede nacional de pesquisa que, de forma cooperada, executa pesquisas nas diferentes áreas geográficas e campos do conhecimento científico.
“A transformação do Cerrado, que antes era considerado inóspito, em uma das maiores áreas produtoras do mundo na década de 70, é uma grande conquista. Conseguimos tropicalizar culturas como soja, forrageiras, gado de corte e de leite, adaptando-as às condições do país. Além disso, desenvolvemos uma plataforma de produção sustentável, que é uma terceira grande conquista. No entanto, o desafio agora é manter a relevância pelos próximos 50 anos, mantendo-nos próximos ao setor produtivo e atendendo às suas demandas, fornecendo soluções para alimentar uma grande parcela da população global”, afirma o presidente da Embrapa, Celso Moretti.
São 2.577 mulheres e 5.465 homens compondo o quadro de seus pesquisadores em seus centros de pesquisas distribuídos em quase todos os estados do Brasil.
Durante essas cinco décadas, o país passou por uma verdadeira revolução no campo, fruto do trabalho conjunto com instituições estaduais de pesquisa e extensão, universidades e setor produtivo, que apostaram em tecnologias geradas pela pesquisa e ajudaram a mudar o cenário brasileiro, com incremento de produção de produtividade e impulsionando a competitividade com sustentabilidade.
“Eu sempre sonhei com uma agricultura diferente para os trópicos. Eu achei que nós não podíamos copiar a agricultura temperada porque ela não tem a mesma característica. E foi graças à Embrapa, graças à Embratel e graças ao projeto que eles elogiaram tanto aqui que foi o Polo Centro que nós conseguimos transformar a terra inculta em terra produtiva”, conta Alysson Paolinelli.