Para convencer um dos setores mais resistentes à reforma tributária, o secretário extraordinário do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, garantiu que o agronegócio não será prejudicado com a mudança no sistema.
“Garanto que o agro não será prejudicado na reforma tributária. Com a reforma, o resultado será aumento da competitividade brasileira do setor”, disse Appy em evento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
Appy argumentou que, ao mudar o sistema tributário, o agronegócio brasileiro passará a exportar mais e haverá aumento da demanda por alimentos no mercado interno.
Em relação ao ato cooperativo, Appy disse que o governo trabalha em um modelo em que nem todo produtor terá que virar PJ, muito simples e que não terá dupla tributação.
Se for tributar menos a Netflix vou ter de tributar mais dos outros setores da economia
Bernard Appy, disse que para tributar menos um serviço de streaming, como a Netflix, será preciso cobrar mais impostos de outros setores da economia.
Ele usou o exemplo para alertar sobre os riscos da criação de diversas alíquotas diferenciadas e para mostrar a heterogeneidade do setor de serviços.
“Por que serviço de streaming paga menos imposto do que uma camisa? É grande produtor, empresa estrangeira, Netflix. Honestamente, não vejo porque não pagar o mesmo que uma camisa. Se eu for tributar menos a Netflix, terei um imposto mais alto para todo o resto, para poder manter a carga tributária”, disse.
Ele também usou o exemplo do serviço de aluguel de automóveis, que paga menos impostos do que a venda. Para ele, essa é uma diferenciação que não se justifica e causa distorções na economia.