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Agronegócio paranaense busca investimentos em Dubai

Começou nesta segunda-feira, em Dubai, a primeira edição do Paraná Business Experience 2021 evento para conectar empresas paranaenses e investidores

Começou nesta segunda-feira, 11, em Dubai, a primeira edição do Paraná Business Experience 2021, um evento inédito realizado para conectar empresas paranaenses de diversos segmentos com investidores e compradores estrangeiros dos Emirados Árabes Unidos e de outros países.

O evento acontece paralelamente à Expo Dubai 2020, a maior exposição internacional do mundo e que este ano conta com a participação de 191 países, entre eles o Brasil, que até o próximo dia 17 homenageia o Estado do Paraná no pavilhão dedicado ao País.

O primeiro dia foi dedicado ao mercado de madeira, papel e celulose, agronegócio e a indústria de alimentos e bebidas.

O desenvolvimento sustentável foi destaque do painel sobre o segmento de madeira, papel e celulose, que contou com a participação do dono da Repinho Reflorestadora, Odacir Antonelli, com diretores da Klabin Francisco César Razzolini e Flávio Deganutti. As duas empresas mostraram como é possível crescer e se tornar referência no mercado mundial, priorizando a proteção ambiental e as práticas sustentáveis.

A Klabin, instalada no Paraná desde 1934, tem como foco produtos florestais renováveis, recicláveis e biodegradáveis. De acordo com Razzolini, toda a gestão da empresa está orientada para o desenvolvimento sustentável. “Possuímos a maior reserva privada de Mata Atlântica do Brasil, com 250 mil hectares. Além disso, 43% das nossas áreas florestais são preservadas e realizamos o manejo florestal em mosaico, intermediando florestas plantadas com florestas nativas, formando corredores ecológicos que preservam nascentes e protegem 822 espécies de fauna e 1,9 mil espécies de flora”, explicou.

A empresa tem uma capacidade de produção anual de 2,1 milhões de toneladas papel e 1,6 milhão de toneladas de celulose de mercado. Grande parte dessa produção vai para a fabricação de embalagens para alimentos, como frutas, verduras, proteína animal e líquidos.

Foto: Divulgação/AEN

A Repinho Reflorestadora, terceira maior empresa de compensados do País, é economicamente autossuficiente em matéria-prima e as suas reservas florestais são preservadas. “Mantemos árvores de até 60 anos de idade e incentivamos o plantio para preservar a mata nativa e as nascentes. O reflorestamento para a Repinho é ouro verde”, explicou Antonelli.

Responsabilidade social e educação são outras preocupações do grupo, que atualmente conta com 19 empresas, além de um parque tecnológico, dedicado à inovação. “Além de investir na formação dos funcionários, acompanhamos a vida escolar de 700 crianças de 2 a 8 anos de idade e estabelecemos parcerias com universidades para a formação de jovens”, completou.

Cooperativismo

O segundo painel, mediado pelo secretário de Estado de Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, abordou o segmento de alimentos e bebidas, e recebeu Luiz Lourenço, presidente da Cocamar, representando o Sistema Ocepar; Jorge Karl, presidente da Agrária; e Walter Andrei, da C. Vale.

O tema central foi a força e a importância do cooperativismo para o desenvolvimento do Estado. Segundo Lourenço, 60% de toda a matéria-prima produzida pelo Paraná passa pelo sistema cooperativo. “O Estado conta com o melhor cooperativismo do Brasil. Isso porque ele se baseia nas pequenas propriedades, que por conta própria não conseguem comprar e vender”, disse.

A sustentabilidade foi outro tema de destaque entre os convidados. Karl lembrou que o Paraná é pioneiro no plantio direto, que reduz os custos de produção, aumenta a estabilidade do solo e evita o uso massivo de herbicidas e inseticidas. “As cooperativas paranaenses possuem todas as certificações e o Brasil é um dos poucos países do mundo que têm capacidade de crescimento na produção de alimentos sem precisar de grandes áreas”, explicou.

“Nossa agricultura é competitiva porque temos escala, território e produzimos o ano inteiro. E vamos aumentar a nossa produção sem derrubar nenhuma árvore”, completou Ortigara.