Há 12 anos, os arapotienses Antonio Maia Junior e Vania Alvarez Maia se mudavam para Curitiba em busca de oportunidades. O casal saiu do Norte Pioneiro para trabalhar em uma floricultura na capital, onde encontrou sua vocação entre arranjos e buquês. Depois de nove anos em Curitiba – sendo sete em uma floricultura própria –, a decisão foi voltar a Arapoti, em 2019, para investir na produção de flores, com a ajuda do Programa Empreendedor Rural (PER), desenvolvido pelo Sistema FAEP/SENAR-PR.
“Nós construímos as estufas, mas sentíamos que faltava informação. Queríamos fortalecer o negócio e trabalhar em família. O PER veio com essa proposta”, conta Vania. “O programa deu mais segurança e confiança para tomarmos as decisões. Conseguimos criar e seguir objetivos bem definidos. Até então a gente ficava planejando e nada saía do papel. Com o PER, fizemos estudos e levantamentos do que era viável, e tudo ficou mais claro”, complementa.
Segundo informações da CNA, o projeto do casal previa a instalação de mais uma estufa na propriedade e a aquisição de um caminhão para a distribuição das flores, que até então, era feita em uma Kombi. Tudo foi colocado em prática dentro do tempo previsto. “Com a compra do caminhão aumentamos a nossa gama de produtos”, conta Vania.
Início da produção de flores
A produção , que começou com flores de caixaria (comercializadas em saquinhos em caixas ou bandejas), hoje conta com uma variedade significativa de espécies, incluindo folhagens, flores para vasos e cuias, ervas e temperos. Segundo o casal, a demanda varia. Por exemplo, neste ano, as flores para cuias e vasos são maioria das vendas, enquanto no passado, eram as caixarias. “Percebemos que é uma mudança comportamental do consumidor, que, com pouco tempo disponível em casa, prefere vasos prontos e simples para cuidar”, afirma Vania.
Para a distribuição, o casal estabeleceu várias rotas de acordo com os pedidos e cidades – incluindo a região que faz divisa do Paraná com São Paulo. Então, o destino muda conforme o dia. Com o aumento do preço do diesel, o casal também passou a fazer rotas mais longas para evitar deslocamentos desnecessários. “Hoje a gente sai, dorme fora e volta no dia seguinte. O transporte está pesando muito o nosso custo de produção”, aponta a produtora.
Na propriedade, o casal conta com seis estufas e uma sétima está no planejamento, mas, no momento, aguardam a situação financeira melhorar. “As vendas caíram desde dezembro do ano passado. Até então estava bombando. Fizemos abertura de uma rota recentemente para ver se em outra região o movimento está melhor”, conta Vania.
Apesar das dificuldades, o casal não se arrepende da decisão de voltar para as raízes, onde, inclusive, sempre mantiveram ligação com o campo por meio da família de Vania, que mora no sítio. “A gente sofreu muito em Curitiba. Quisemos voltar para as origens”, comenta Junior. “Mesmo com todos os problemas de venda, a gente acredita que vai dar certo. Continuamos fazendo planos e procurando alternativas”, almeja.