- O Banco do Brasil retirou o patrocínio e o apoio institucional à Agrishow, maior feira de agronegócios da América Latina.
- A decisão foi tomada em resposta ao tratamento da organização da feira com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que foi ‘desconvidado’ para a abertura do evento.
- A organização ofereceu a opção do ministro participar no segundo dia para evitar ‘mal-estar’ com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas Fávaro optou por não comparecer.
- O valor total do patrocínio da instituição bancária não foi divulgado pelo governo.
- A presidente do banco, Tarciana Medeiros, também não vai ao evento.
- Não foi divulgado se o Banco do Brasil manterá o estande na feira e se vai operar linhas de crédito no evento.
- O Banco do Brasil é líder em operações de agronegócio, com cerca de 60% do mercado nacional.
Agrishow, Banco do Brasil, Fávaro e Bolsonaro
O Banco do Brasil anunciou que vai retirar o patrocínio e o apoio à Agrishow, a maior feira de tecnologia agrícola da América Latina, que começa na segunda-feira (1º), em Ribeirão Preto (SP).
A decisão foi anunciada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) nesta sexta-feira (28).
“Na medida em que o evento perde sua característica institucional e na medida em que houve essa descortesia com o ministro e com o Banco do Brasil que iria acompanhá-lo no evento, não se justifica mais o patrocínio”, afirmou o ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta.
A decisão foi tomada em resposta ao tratamento da organização da feira com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.
Na quarta-feira (26), o ministro da Agricultura e Pecuária falou que não vai participar desta edição da Agrishow.
Segundo Fávaro, ele foi ‘desconvidado’ pela organização do evento para participar da abertura, que terá a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro. Será o primeiro evento público do ex-presidente desde que deixou o Brasil, em 30 de dezembro do ano passado.
Além das lideranças que organizam o evento, o ex-presidente será acompanhado pelo governador de São Paulo, o ex-governador Tarcísio de Freitas, que foi ministro da Infraestrutura de Bolsonaro.
A organização do evento ofereceu a Fávaro a opção de participar do segundo dia, com o objetivo de evitar um possível constrangimento pela presença do adversário político de Lula.
Em várias entrevistas, Fávaro afirmou que ‘entendeu o recado’ e optou por não comparecer, mas desejou sorte ao evento e que ‘não guardou mágoas’.
A organização da Agrishow nega ter retirado o convite.
O valor total do patrocínio oferecido pelo Banco do Brasil não foi divulgado pelo governo.
Além do patrocínio, o Banco do Brasil cancelou todo o apoio previsto para a Agrishow deste ano.
A presidente do banco, Tarciana Medeiros, que participaria de uma palestra, também não vai ao evento.
Até o momento, não foi divulgado se o Banco do Brasil vai manter o estande na feira e operar linhas de crédito na Agrishow.
O Banco do Brasil é líder em operações de agronegócio, com cerca de 60% do mercado. Em 2022, a carteira de crédito do banco destinada ao agronegócio ultrapassou a marca dos R$ 300 bilhões.
Ministro de Lula defendeu fim de patrocínio do Banco do Brasil nas redes sociais
Antes do anúncio da Secom, também nesta sexta-feira (28), o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, expressou preocupação em relação ao patrocínio do governo federal à Agrishow.
Nas redes sociais, França questionou se o Banco do Brasil e o governo federal deveriam continuar patrocinando o evento.
Durante a abertura, estava previsto o anúncio de uma liberação de R$ 400 milhões para suplementação do orçamento, com o intuito de ajustar os juros das linhas de investimentos do Plano Safra 2022/2023. O que não deve acontecer.
Se a @agrishowoficial não quer o governo federal no evento, não sei se @BancodoBrasil e o @govbr deveriam continuar patrocinando o evento . pic.twitter.com/2HimTi1uYa
— Márcio França (@marciofrancasp) April 28, 2023