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Diversos

Brasil registra queda na importação de fertilizantes

No primeiro trimestre deste ano houve um recuo de 8% na importação de fertilizantes em comparação com o mesmo período de 2022

O volume de importação de fertilizantes vem caindo no Brasil.

Segundo o diretor de conteúdo do Canal Rural, Giovanni Ferreira, com base no gráfico dos últimos anos, é possível perceber a queda na importação de insumos.

“Em 2019, entregamos 31 milhões de toneladas. Em 2020, batemos um recorde absoluto, com a entrega de 41,5 milhões de toneladas de fertilizantes. Em 2021 e 2022, iniciou-se um recuo, com 38 milhões de toneladas entregues em 2022. De janeiro até a primeira quinzena de abril deste ano, entregamos 8,78 milhões de toneladas. O que aconteceu em 2019 e 2021? A escalada na entrega está relacionada à tecnologia e à ampliação de área. No Brasil, não houve apenas uma ampliação de área, mas também um aumento de investimentos em tecnologia. Há uma grande demanda pela produção brasileira de grãos, e estamos investindo mais para obter um ganho importante de produtividade”, afirma Ferreira.

De acordo com Ferreira, desde o início da guerra no Leste Europeu, em 2022, o preço dos insumos disparou.

“Isso impactou o custo de produção e fez com que o Brasil reduzisse o uso de fertilizantes nas lavouras. Foi uma oportunidade para reduzir custos, mas também foi um risco. Em 2023, a tendência é a mesma. Gostaria de apresentar um dado sobre a entrega: desde 2021, entregamos 8,6 milhões de toneladas de janeiro a março. No primeiro trimestre de 2022, foram 7,93 milhões de toneladas, ou seja, houve um recuo de 8% na entrega e importação de fertilizantes. De janeiro a março de 2023, houve um novo recuo, de mais 8%. Ou seja, se continuarmos assim, em abril importaremos apenas 40% do volume importado em abril de 2022. Devemos recuar cerca de 10% neste mês. Isso indica um novo recuo na importação de fertilizantes, assim como ocorreu de 2021 para 2022. Deve acontecer no consolidado desse ano”.

Preços dos fertilizantes

O gráfico da série histórica dos preços dos fertilizantes em dólares por tonelada revela a escala dos últimos anos.

“Observando o gráfico em 2019, tínhamos um preço de US$ 293, que caiu para US$ 234 por tonelada. Em 2021, o preço ainda estava em US$ 364, mostrando uma relação muito forte com a oferta e demanda. Entretanto, em 2022, o custo por tonelada praticamente dobrou por conta da guerra na Ucrânia, o que levou a uma redução no uso de fertilizantes e consequentemente a uma queda nos preços. Nesse momento, estamos em US$ 457 por tonelada. Para chegar a esse valor, utilizamos o volume importado de janeiro até a segunda quinzena de abril e dividimos pelo desembolso”, explica.

Uso racional dos insumos

Na avaliação do diretor de conteúdo do Canal Rural, apesar de ainda estarmos acima dos valores de 2021 e 2020, antes do conflito no Leste europeu, é preciso ter cuidado em relação à redução no uso de fertilizantes.

“Não é que a demanda esteja sendo menor, mas estamos sendo obrigados a utilizar menos fertilizantes para reduzir o custo de produção das lavouras. É importante buscar reduzir os custos com responsabilidade, utilizando a agricultura de precisão e a aplicação variável de fertilizantes, por exemplo. Devemos ter cuidado para que a redução no uso de fertilizantes seja feita de forma consciente, com análise de solo e com a adoção de práticas sustentáveis, como o uso de fertilizantes biológicos”, afirma.

“É necessário ter consciência de que a redução no uso de fertilizantes não deve ser feita apenas por conta do preço do insumo, pois pode ter um impacto negativo na produtividade. Portanto, é importante buscar a redução de custos com responsabilidade e com base em análises técnicas”, complementa.

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