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ÚLTIMA HOMENAGEM

Brasil se despede de Alysson Paolinelli, ícone da agricultura brasileira

O enterro do ex-ministro da Agricultura foi reservado a familiares no Cemitério Parque da Colina, na região oeste de Belo Horizonte

O corpo do ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli foi enterrado nesta sexta-feira (30) em Belo Horizonte (30).

Considerado um dos principais nomes da agricultura no país, Paolinelli tinha 86 anos e estava internado em decorrência de complicações após uma cirurgia.

O corpo do ex-ministro foi velado no Palácio da Liberdade, na capital mineira.

A cerimônia foi aberta ao público, e parentes, amigos, autoridades e admiradores prestaram a última homenagem ao homem que revolucionou o setor agropecuário no Brasil.

Para o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Otávio Canesin, Alysson Paolinelli era alguém insubstituível.

“Vai fazer muita falta, insubstituível. Ele é uma referência no agronegócio brasileiro, um dos pais da Embrapa, recebedor do prêmio World Food Prize. São tantas as homenagens que ele recebeu em vida que o legado dele conta a história dele”, disse Canesin.

O presidente da Academia Latino-Americana do Agronegócio (Alagro), Manoel Mário Souza Barros, citou os avanços e a modernidade que Paolinelli representava para o Brasil.

“Alysson Paolinelli marcou com sua simplicidade, com sua integridade todo o universo de trabalho, de competências ligadas ao agro e ao negócio, que são coisas distintas. O Brasil e o mundo perdem o pai da agricultura brasileira e mundial”, afirmou.

Paolinelli
Foto: Arquivo Aprosoja Brasil

Última homenagem

O ex-governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo, destacou a importância de Paolinelli para o agronegócio brasileiro.

“Se o agronegócio hoje é tão forte, devemos muito a ele, que acreditou no cerrado, acreditou em novas tecnologias e formou novos profissionais. O Brasil realmente está mais pobre, mas cabe a todos nós seguirmos os passos de Alysson Paolinelli”, afirmou Azeredo.

Newton Cardoso, ex-governador de Minas Gerais, ressaltou o avanço proporcionado por Paolinelli à agricultura brasileira.

“Foi um homem que proporcionou à agricultura brasileira um avanço fantástico, até mesmo do agronegócio”, disse Cardoso.

O ex-presidente Jair Bolsonaro, que se tornou inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi para Belo Horizonte para acompanhar a despedida a Alysson Paolinelli.

“Eu fiz uma amizade com o Paolinelli. Todos nós aqui reconhecemos o que ele fez pela agricultura do Brasil”, disse.

O enterro foi reservado a familiares no Cemitério Parque da Colina, na região oeste da capital mineira.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, decretou luto oficial por três dias em razão da morte do ex-ministro da Agricultura.

Foto: Divulgação/ABCZ

Alysson Paolinelli, pai da agricultura tropical

Alysson Paolinelli era reconhecido como um dos principais nomes do desenvolvimento agrícola do Brasil.

Ao longo de mais de quarenta anos, ele atuou na política e deixou um legado de contribuições significativas para o setor. Sua dedicação e trabalho incansável renderam-lhe indicações ao Prêmio Nobel da Paz.

Nascido em 1936, na cidade de Bambuí, Paolinelli formou-se em Agronomia em 1959 pela Escola Superior de Agronomia de Lavras.

Defensor da segurança alimentar global, ele assumiu a Secretaria de Agricultura de Minas Gerais em 1971, onde implementou incentivos e introduziu inovações tecnológicas que transformaram o estado no maior produtor de café do Brasil.

Entre suas realizações, destaca-se o Programa Integrado de Pesquisas Agropecuárias do Estado de Minas Gerais, que serviu como base para a criação da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Sistema Cooperativo de Pesquisa Agropecuária.

Em 1974, Paolinelli assumiu o cargo de Ministro da Agricultura, sendo amplamente reconhecido como um dos responsáveis por transformar o Brasil em uma potência mundial no setor.

Além de sua atuação na política, Alysson Paolinelli também foi professor universitário, presidente do Banco do Estado de Minas Gerais, deputado constituinte, presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e presidiu a Abramilho.
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A perda de Alysson Paolinelli representa um grande vazio no campo da agropecuária brasileira. Sua paixão, conhecimento e compromisso com o desenvolvimento do setor serão lembrados e sua contribuição será valorizada por muitas gerações futuras.

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