Até o final de dezembro o Brasil vai começar a produzir um novo ingrediente ativo que é base para a fabricação de fungicidas.
A fábrica que irá disponibilizar a matéria-prima foi inaugurada nesta quarta-feira (7), em Taquari (RS), pela Adama Brasil.
Trata-se do protioconazol, muito usado na formulação de fungicidas que combatem doenças do algodão e da soja, como mancha-alvo e ferrugem asiática.
O investimento da empresa foi de R$ 300 milhões e as obras começaram em 2018.
Com a pandemia a inauguração prevista para 2021 teve que ser adiada.
A planta é chamada de síntese, onde os compostos químicos são obtidos a partir de substâncias mais simples.
Depois disso, esses ingredientes seguem para a planta de Londrina (PR), onde está a linha de produção dos defensivos da marca.
A intenção principal é garantir estabilidade de produção sem dependência de importação, em caso de uma crise mundial, por exemplo. Como consequência os preços também devem ficar menores para o produtor. Até então o protioconazol vinha de Israel.
“A planta já produzia outro ingrediente ativo, o picoxystrobine. A produção nacional traz estabilidade e disponibilidade. Isso é uma segurança ao produtor de que vai ter produto para a lavoura mesmo em cenário de conflitos em outros países que costumam afetar logística. Também vai permitir cinco novos fungicidas para o manejo de resistência das doenças”, afirma o CEO da Adama Brasil, Romeu Stanguerlin.
Na safra passada a ferrugem asiática registrou 573 casos no país, conforme o Consórcio Antiferrugem e nesta já são 3 confirmados no Paraná.
O mercado nacional de fungicidas deve girar em torno de US$ 6 milhões neste ano e as vendas de defensivos esperam alta de 30%.
Essa elevação está atrelada à alta dos custos dos produtos e não ao volume comercializado.
Dos cinco fungicidas anunciados pela marca, dois já têm registro e três estão em análise pelo Ministério da Agricultura.
A expectativa é que todos estejam no mercado até 2027.
“O Brasil representa o principal mercado global para a marca e o investimento deve ser ainda maior nos próximos anos. A capacidade é de mil toneladas por ano, mas vai depender da demanda de mercado. Caso o mercado demande mais esse ativo ou outro temos flexibilidade para adaptar”, destaca a diretora de operações da Adama Brasil, Ana Colla.