O diretor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Bruno Lucchi, participou do MS Agro 2024, promovido pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), em Campo Grande, nesta semana. Durante a palestra, ele apresentou as projeções para o agronegócio em 2025 e destacou a necessidade de ajustes nos preços, que caíram nos últimos três anos após o aumento registrado em 2020 devido à pandemia.
Lucchi explicou que o PIB do segmento deve fechar no negativo, refletindo uma correção nos preços que haviam disparado durante a crise sanitária. Ele também discutiu o comportamento das principais cadeias produtivas, como soja e milho.
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Cenário da soja e milho no agronegócio
Em relação à soja, o Brasil deverá ter uma sobra de cerca de 20% na safra 2024/2025, com preços estáveis no próximo ano. Já para o milho, espera-se uma recuperação da produção tanto no Brasil quanto em países concorrentes, como Argentina e Estados Unidos, com o Brasil recuperando cerca de 4% de sua produção.
Quais as projeções para a carne bovina?
No setor de carne bovina, Lucchi destacou que, apesar da margem apertada de lucro, o Brasil continuará como principal exportador mundial, com a produção estimada em 3,6 milhões de toneladas, superior à Austrália. O diretor ressaltou que as exportações de carne bovina brasileira já atingiram recordes históricos, como o registrado em setembro de 2024, com 170 milhões de toneladas exportadas.
Projeções internacionais
O cenário internacional também foi discutido, com Lucchi abordando os desafios que podem afetar o agronegócio, como a Lei Antidesmatamento da União Europeia, a guerra no Oriente Médio e as eleições nos Estados Unidos. Ele alertou que esses fatores podem impactar a logística e os custos do setor, além de influenciar a competitividade das exportações brasileiras.
Cenário otimista para o agronegócio
As dificuldades enfrentadas pelos produtores rurais devido às altas taxas de juros e ao acesso restrito ao crédito também foram abordadas. A CNA tem buscado alternativas, como o Fundo de Catástrofe e o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural, para mitigar esses desafios. O diretor concluiu sua apresentação com uma mensagem positiva, destacando que 2025 promete ser um ano mais favorável para a produção agropecuária no Brasil.