Agronegócio

Embrapa terá unidade para alavancar inovação entre o agro e a indústria

Recursos para o projeto, que terá o interior paulista como base, somam R$ 45 milhões

Alavancar tecnologias e empresas de setores prioritários do agronegócio com impactos na aceleração do desenvolvimento da agroindústria, gerando benefícios econômicos e sociais de forma sustentável. Esse é o objetivo principal da nova Unidade EMBRAPII ITECHAgro, que ficará sediada na Embrapa Instrumentação (São Carlos          – SP).

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A aprovação pelo conselho de administração da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial foi divulgada na segunda-feira (19), um dia após a Embrapa Instrumentação completar 38 anos.

De acordo com as informações divulgadas pela Embrapa, os recursos, no valor total de R$ 45 milhões, irão para a Unidade de São Carlos e mais nove centros localizados nos Estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Pernambuco e Paraíba.

Seis anos de parceiras

O credenciamento terá duração de seis anos, com um período probatório de 12 meses, ao final do qual a nova Unidade EMBRAPII será reavaliada para verificar o cumprimento do plano de ação apresentado para esse período, com metas definidas.

Criada em 2013, a EMBRAPII atua num modelo de cofinanciamento, inspirado em organizações internacionais, como os Institutos Fraunhofer, da Alemanha. A instituição aporta um terço – com recursos de parcerias com os Ministérios de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e Educação (MEC), a empresa parceira aporta um terço e a Unidade EMBRAPII investe um terço em cada projeto desenvolvido – que leve à introdução de novos produtos e processos no mercado.

Tecnologias habilitadoras

A EMBRAPII ITECHAgro – “Integração de Tecnologias Habilitadoras no Agronegócio” – vai atuar em três sublinhas: sublinha 1 – materiais avançados e insumos nanotecnológicos e biotecnológicos para o agronegócio; sublinha 2 – sensores, equipamentos e metodologias fotônicas integradas a IoT para a agricultura de precisão e digital; sublinha 3 – tecnologias para controle de qualidade de produtos e automação integrados com inteligência artificial aplicados à agroindústria.

O chefe geral José Manoel Marconcini destaca que, “A Embrapa Instrumentação, além de estar situada num polo de inovação no interior paulista e de contar com a capilaridade da rede Embrapa (43 Centros de Pesquisa em todo o Brasil, incluindo também a Unidade EMBRAPII Agroenergia, em Brasília), já atua em sete das dez tecnologias habilitadoras elencadas pelo MCTI: nanotecnologia, fotônica, biotecnologia, materiais avançados, inteligência artificial, internet das coisas (IoT) e robótica”.

Resultados esperados

“Agora, com a experiência da equipe da Embrapa Instrumentação aliada à Unidade EMBRAPII ITECHAgro, poderemos aumentar a nossa atuação e fomentar spin-offs e startups, trabalhar com as chamadas deep techs (empresas que se aprofundam num tema), baseadas na aplicação e integração dessas tecnologias habilitadoras, para tornar o agronegócio mais competitivo internacionalmente e atender aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS)”, argumenta Marconcini.

Débora Milori, chefe adjunta de Transferência de Tecnologia da Embrapa Instrumentação, explica que dentre os resultados esperados estão a viabilização de novas tecnologias para o agronegócio que levem à utilização mais racional dos recursos naturais como solo e água, e insumos, elevando os índices de produtividade de forma sustentável, com redução de custos de produção.

Fomento às startups

“Queremos também gerar novas empresas industriais que atuem com tecnologias inovadoras no agronegócio; atrair grandes empresas para temas conectados a inovação no agro; contribuir na formação de recursos humanos diferenciados para atuar nessa área altamente multidisciplinar e fomentar a criação de startups para o agro, gerando impactos econômicos e sociais nos centros urbanos”, acrescenta a coordenadora da proposta.

“Buscaremos ainda aumentar a qualidade de produtos da agroindústria, disponibilizar novos materiais para aumento de qualidade e redução do desperdício, e sistemas para melhorar a rastreabilidade para gerar selos de qualidade para os produtos brasileiros, agregando valor e abrindo novos mercados internacionais”, finaliza Débora Milori.