O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, anunciou que R$ 200 milhões serão disponibilizados para complementar o Plano Safra 2022/23, que encerra em 30 de junho.
Segundo Fávaro, o valor possibilitará a equalização de aproximadamente R$ 8,4 bilhões para serem imediatamente aplicados em programas de financiamento do Moderfrota, investimentos em irrigação, pré-custeio e custeio.
Embora a medida seja bem-vinda, o setor esperava um aporte maior. Entidades estimam que seriam necessários R$ 1,03 bilhão e negociavam esse valor com os ministérios da Agricultura e Fazenda desde março.
Na avaliação do ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Benedito Rosa, o recurso é insuficiente.
Novo Plano Safra
De acordo com Benedito Rosa, as perspectivas para o próximo Plano Safra não são animadoras.
Segundo ele, “por razões diversas, a primeira delas é a realidade fiscal que o Brasil vem enfrentando. O arcabouço não foi esclarecido, nem sequer quais são as condições que governo poderá aumentar as despesas e sem isso fica difícil para o Ministério da Fazenda prever e programar o volume de recursos que serão compatíveis com o volume de demanda por crédito por juros equalizados.”
Em outras palavras, a falta de clareza por parte do governo quanto ao aumento de despesas torna difícil a previsão do volume de recursos necessários para atender a demanda por crédito com juros equalizados.
Rosa também cita a questão do seguro rural, uma demanda do setor.
“A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) solicitou um aporte de R$ 2 bilhões para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). Embora estejamos aguardando a decisão final sobre o valor a ser concedido, pessoalmente acredito que deveríamos receber pelo menos R$ 1 bilhão. Além disso, seria essencial alocar mais recursos para o seguro rural, considerando o atual cenário de incertezas e altas demandas na agricultura”.