O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), João Paulo Rodrigues, afirmou que o movimento deve desocupar as áreas invadidas da Embrapa, em Pernambuco, e da empresa Suzano, no Espírito Santo, até semana que vem.
Em uma reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na tarde desta quinta-feira (20), em São Paulo, Rodrigues pediu juros mais baixos e subsídios para a agricultura familiar.
O movimento pediu pelo menos R$ 1 bilhão para aquisição de terras e o mesmo valor para crédito e assistência às famílias assentadas. O orçamento atual prevê apenas R$ 2,4 milhões para aquisição de terras e R$ 48 milhões para crédito e assistência.
Nesta semana, o MST também teve reuniões com representantes de vários órgãos do governo federal, incluindo Ministério da Educação, Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Ministério da Agricultura e Pecuária, e Ministério da Cidadania.
O MST pressiona por trocas no comando de sete superintendências do Incra e um plano emergencial de reforma agrária para cerca de 60 mil famílias que vivem acampadas.
As ações do MST têm gerado um embate dentro do governo Lula, com ministros criticando as invasões, mas o governo cedendo à pressão dos sem terra e mudando o comando do Incra em 19 estados.
O encontro entre lideranças do MST e Fernando Haddad durou cerca de uma hora. O ministro, assim como os convidados do MST, deixaram, contudo, a reunião sem dar declarações a jornalistas que esperavam o término do encontro.
CPI do MST
A diretoria da Frente Parlamentar Agropecuária se reuniu com Arthur Lira (PP-AL) para pressioná-lo a instalar a CPI do MST na Câmara dos Deputados, que investigará as invasões de propriedades privadas.
No encontro, Lira disse aos deputados presentes que já tem os pareceres jurídicos necessários e que procuraria o Planalto para conversar, mas evitou dar prazos para a abertura da CPI.
Lupion enfatizou que as ações de invasão de propriedades privadas são inaceitáveis e que a CPI deve ocorrer o mais rápido possível.