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Produtor argentino de milho lança blitz de plantio tardio para evitar seca

O milho semeado de forma precoce na Argentina é colhido de março a abril, enquanto a colheita das plantadas tardiamente vai até julho

Os produtores argentinos de milho estão prontos para uma blitz de plantio no final da temporada para evitar uma possível estiagem nos próximos meses, uma estratégia esperada para impulsionar tanto a safra quanto exportações.

A nação sul-americana, também um grande produtor de soja e trigo, está enfrentando um ciclo de La Niña, o que geralmente significa chuvas mais fracas. Isso fez com que os produtores se mostrem desconfiados quanto a uma possível secura durante o verão do Hemisfério Sul, apesar das chuvas de forma geral estarem boas até agora nesta temporada.

O medo do tempo seco à frente levou a uma mudança para o plantio tardio a partir de dezembro, com cerca de 55% a 60% da semeadura esperada de milho para esse período, de acordo com a Câmara Setorial do Milho do Ministério da Agricultura da Argentina (Maizar), ante os 52% da temporada passada.

A estratégia provavelmente impulsionará as exportações recordes de milho da atual safra 2021/22, assim como a demanda global de milho se aproxima das máximas históricas, disse o chefe do Maizar, Alberto Morelli.

A Bolsa de Grãos de Buenos Aires aumentou na semana passada sua previsão de colheita de milho 2021/22 para um recorde de 57 milhões de toneladas. A Argentina envia cerca de 70% de seu milho para o exterior. “É provável que haja exportações recordes”, disse Morelli.

“Em relação ao milho plantado precocemente, a maioria das áreas tem tido boas chuvas, permitindo um bom desenvolvimento de culturas. A maior porcentagem de milho plantado tardio é para evitar qualquer falta de água de verão quando a floração começa”.

O milho semeado de forma precoce na Argentina é colhido de março a abril, enquanto a colheita das culturas plantadas tardiamente vai até julho. Até novembro, os exportadores compraram 10,8 milhões de toneladas de milho da safra 2021/22 de agricultores argentinos no mercado futuro, contra 10,2 milhões de toneladas no mesmo período de 2020/21. Os principais importadores de milho argentino incluem Vietnã, Egito e Argélia.

O vizinho e exportador rival da Argentina, o Brasil, já viu sua safra ser atingida pela seca. Nos estados do Sul do Brasil, incluindo o Rio Grande do Sul, foram poucas chuvas em novembro e a secura no início de dezembro têm cobrado um preço.