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Agricultura

Produtor usa 'grãos digitais' para comprar trator no Show Rural

Um produtor de Goiás pagou parte de um trator T8, da New Holland Agriculture, por meio dos grãos transformados em ativos digitais lastreáveis

Transformar os próprios grãos em ‘moeda digital’ para comprar máquinas e implementos já é realidade no Brasil.

O produtor Wagner Cruvinel, de Silvânia (GO), pagou parte do seu novo trator T8, da New Holland Agriculture, por meio dos grãos transformados em ativos digitais lastreáveis.

É a primeira vez que esse modelo de negócio acontece no Brasil.

A transação, que aconteceu nesta quarta-feira (8), no estande da New Holland no Show Rural Coopavel, em Cascavel (PR), foi possível graças à parceria do Banco CNH Industrial, responsável pelos serviços financeiros da CNH Industrial, com a Agrotoken, empresa especializada na tokenização de commodities agrícolas.

“Com os grãos transformados em ativos digitais, foi possível negociar com o recurso que já tenho disponível no ecossistema da empresa”, diz o produtor.

Segundo a New Holland, a operação inédita no Brasil representa o pontapé inicial para o comércio desse tipo de ativo digital no ramo de máquinas agrícolas.

“Este é um grande passo para a New Holland e para a agricultura brasileira. Vivemos em um mundo em constante transformação e o campo não é exceção. A economia digital já faz parte de nossas vidas e esta é uma amostra do potencial de evolução e desenvolvimento que temos em nosso negócio”, disse Eduardo Kerbauy, vice-presidente da New Holland Agriculture para a América Latina.

“Promovemos a digitalização porque nos dá flexibilidade, capacidade de inovar com simplicidade e agilidade, sempre com foco nos nossos clientes”, disse Heberson De Goes, presidente do Banco CNH Industrial para a América Latina.

“E estamos muito satisfeitos com a possibilidade de expansão dos nossos negócios agrícolas no Brasil e, também, na Argentina”, completa De Goes.

Como funciona a negociação em ‘grãos digitais’

A Agrotoken possui um ecossistema eficiente, seguro e confiável, que transforma a produção agroindustrial em ativos digitais lastreáveis.

Na prática, a empresa transforma os grãos em um bem digital, para guardar ou trocar por insumos, serviços e outras possibilidades.

Com os grãos físicos digitalizados na plataforma da Agrotoken – transacionados de forma segura por meio da tecnologia blockchain -, os grãos são convertidos em ‘agrotokens’ como crédito para o produtor usar em operações comerciais e financeiras, sempre com o apoio direto dos grãos, que tem seu valor atrelado ao preço da soja, milho e trigo.

Vinculados à origem da emissão do ativo físico, os agrotokens são lastreados em ativos reais, ao contrário dos NFTs. Isso significa que têm valor idêntico em todo o território nacional, independentemente de onde e por quem foram emitidos, conforme preço indexado em índices como B3, Cepea/Esalq, Argus e Platt, paridade que a torna uma stable coin, ou seja, moeda de baixa volatilidade.

Recém-chegada ao Brasil, a Agrotoken tem como estratégia de mercado, tokenizar mais de 1 milhão de toneladas de grãos até o final do ano.

“O mercado agrícola atualmente já é, e está cada vez mais, digitalizado. O que a Agrotoken oferece hoje, é mais uma ferramenta, para democratizar o agronegócio, tornando reais as transações com soja e milho”, conclui Anderson Nacaxe, Diretor da Agrotoken no Brasil.

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