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POLÊMICA

Questão de vestibular associa agronegócio a trabalho escravo

Prova da Unicamp trouxe charge com trabalhador em plantação de tomate; Daoud vê tentativa de governo formar mentalidade errada na sociedade

Uma questão do vestibular 2025 da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em São Paulo, polemizou neste fim de semana ao associar o agronegócio ao trabalho análogo à escravidão.

O exame apresentava a charge abaixo e pedia para que o aluno respondesse perguntas a respeito:

charge Unicampo agro trabalho análogo à escravidão
Foto: Reprodução

Para o comentarista do Canal Rural Miguel Daoud, o mal-estar gerado pelo incidente não é algo isolado na história recente do país. “O que está por trás disso é uma intenção que existe por parte do governo na formação da mentalidade da sociedade”.

Ele também chama a atenção para outras questões no mesmo vestibular, que afirmam que o Congresso Nacional é, majoritariamente, composto por homens brancos heterossexuais, empresários e ruralistas.

“O governo quer mudar a mentalidade das pessoas para poder se perpetuar no poder. […] questões como essa induzem pensamentos e o vestibular não é para isso”, destaca o comentarista.

Outro lado

Em resposta ao Canal Rural, a Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest) considera que a questão cobra interpretação de texto, sem qualquer inferência direta ou manifestação de concordância ou não com a charge.

E continua: “Os candidatos tinham que articular recursos linguísticos. A Comvest sabe que o setor do agronegócio é amplo e diverso. Sabemos de boas práticas e, infelizmente, também sabemos de práticas que desrespeitam normas e violam direitos, de acordo com Ministério Público do Trabalho. Todos nós nos empenhamos para que a sustentabilidade e os direitos básicos das pessoas sejam respeitadas. Esse é o perfil e comprometimento que esperamos de nossos candidatos”, finaliza a nota.

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