Os pedidos de Recuperação Judicial (RJ) do agronegócio brasileiro atingiram o maior nível em quase 20 anos.
Entre as 10 maiores empresas devedoras do setor, os débitos já somam mais de R$ 12 bilhões, aumento de 150% em comparação a maio deste ano, quando o montante atingia R$ 5 bilhões. O dado provém de levantamento do escritório Diamantino Advogados Associados.
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10 maiores recuperações judiciais do agro
- Agrogalaxy Participações – R$ 4,67 bi – Goiânia (GO)
- Grupo Patense – R$ 2,15 bi – Patos de Minas (MG)
- Sperafico Agroindustrial – R$ 1,07 bi – Toledo (PR)
- Usina Maringá e Indústria Comércio – R$ 1,02 bi – Santa Rita do Passa Quatro (SP)
- Elisa Agro Sustentável – R$ 679,6 mi – Aruanã (GO)
- Usina Açucareira Ester – R$ 651,7 mi – Cosmópolis (SP)
- Grupo AFG – R$ 648,5 mi – Cuiabá (MT)
- Grupo Portal Agro – R$ 548,8 mi – Paragominas (PA)
- Grupo Libra Bioenergia – R$ 534,7 mi – Cuiabá (MT)
- Grupo Cella – R$ 327,6 mi – Cuiabá (MT)
De acordo com o advogado Eduardo Diamantino, apesar de empresas de outros setores terem dívidas em RJ muito maiores, a crise no agronegócio é mais grave do que nos ramos da indústria e do comércio.
“Acredito que hoje o agro capitaneia a crise máxima. Isso acontece porque temos a ‘tempestade perfeita’: estoques de alimentos sobrando no mundo, a questão climática, com secas e incêndios e, também, os custos que aumentaram e a baixa no valor das commodities”.
Dados da Serasa apontam que apenas 25% das empresas em RJ conseguem, de fato, se recuperar financeiramente.