As novas tarifas da China sobre produtos agrícolas dos Estados Unidos estão prestes a remodelar os fluxos comerciais globais, levando o maior importador agrícola do mundo a obter mais carne, laticínios e grãos de países da América do Sul – como o Brasil e a Argentina -, Europa e Pacífico.
Ontem (4), em contrapartida às tarifas sobre as importações contra a China entrarem em vigor – impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump – o Ministério das Finanças da China aplicou tarifas de 15% sobre importações de produtos agrícolas como o frango, trigo, milho e algodão dos EUA e tarifas de 10% sobre outros alimentos, incluindo soja e laticínio
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Commodities agrícolas
Os embarques para a China do principal fornecedor de soja, Brasil, do maior exportador de trigo, Austrália, e do principal fornecedor de carne suína, Europa, podem aumentar à medida que uma guerra comercial se intensifica entre as maiores economias do mundo, disseram autoridades e analistas da indústria.
A China retaliou rapidamente nesta terça-feira (4) contra novas taxas dos EUA, anunciando aumentos de 10% e 15% nas taxas de importação que cobrem US$ 21 bilhões em produtos agrícolas americanos.
“Haverá um redirecionamento do comércio após as tarifas de importação da China sobre produtos americanos”, disse Pan Chenjun, analista sênior de proteína animal do Rabobank em Hong Kong.
“Os principais produtos que serão impactados são vísceras de porco e pés de frango. Para carne suína, tanto músculo quanto vísceras, a China obterá mais suprimentos do Brasil, Espanha, Holanda e outros países da UE.”
Na terça-feira, Trump também impôs taxas sobre produtos do Canadá e do México, o que pode prejudicar a indústria de exportação agrícola dos EUA.