O uso de bioinsumos pode ser financiado pelo Plano Safra com taxas ainda mais atrativas, que deve ser anunciado entre o final de maio e início de junho.
“Quanto mais simplificado o mecanismo, mais chance de sucesso”, afirmou Jonathas de Alencar Moreira, da Secretaria de Política Agrícola do Mapa.
Nesa quarta-feira (25), em São Paulo, cerca de 40 representantes de indústrias de bioinsumos, de empresas que trabalham com crédito de carbono, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), de universidades e do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) reuniram-se para esboçar uma política pública de incentivo a uma produção agropecuária mais sustentável.
A iniciativa do encontro surgiu da Assessoria Especial para assuntos estratégicos do ministro Carlos Fávaro, da Secretaria de Política Agrícola e da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo do Mapa.
Pela manhã, foram coletadas sugestões para incentivo à agricultura de baixo carbono e, à tarde, oportunidades para a ampliação do uso de bioinsumos. Estes temas são capazes de promover rápida alavancagem na promoção de agricultura sustentável.
As reuniões aconteceram na Superintendência Federal de Agricultura no Estado de São Paulo (SFA-SP).
O assessor especial Carlos Ernesto Augustin disse que recebeu do governo federal a missão de promover um setor agropecuário mais sustentável e competitivo.
“Foi uma primeira abordagem para a prioridade do governo em recuperar áreas degradadas, e também ampliar as práticas sustentáveis conectando-as com o mercado de carbono. Colhemos as ideias do setor de bioinsumos e de carbono para estruturar uma estratégia de financiamento diferenciado”, afirmou.
A ideia inicial é que ao menos 30 milhões de hectares de pastagens degradadas – de um total de aproximadamente 70 milhões nessa condição – sejam recuperados por meio de práticas agrícolas sustentáveis. Uma das ideias é oferecer melhores condições de financiamento aos produtores que se mostrarem mais comprometidos com a sustentabilidade.
Os detalhes dessa política ainda serão definidos pelas equipes técnicas do Mapa.
“Queremos oferecer um maior estímulo financeiro e creditício para que o produtor adote práticas cada vez mais sustentáveis, considerando aspectos ambientais, sociais e econômicos”, disse Augustin. O assessor destacou a necessidade de adoção de um mecanismo de controle simples e facilmente aplicável, que atraia pequenos, médios e grandes produtores, e que permita uma comunicação eficaz dos resultados.
Renata Miranda, secretária de Inovação do Mapa, lembrou que a inovação é um motor importante de transformação da agropecuária brasileira e políticas públicas propositivas podem induzir movimentos importantes como a conversão para aumentar a intensificação sustentável, bem como o aumento da eficiência e competitividade da agricultura brasileira.
A superintendente Andréa Moura encerrou a reunião da tarde dizendo que os empresários e produtores não precisam temer o diferente, porque o agro brasileiro é tão diverso que permite práticas complementares.
“É preciso regular, criar regras e parâmetros claros para que haja transparência, inclusive para fora do país”, concluiu. Na reunião foi sugerida também a criação de câmaras setoriais específicas para carbono e bioinsumos.