Apenas 5% das lavouras brasileiras são irrigadas, de acordo com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). A falta de água tem feito com que diversas culturas, como a fruticultura, percam produtividade, principalmente nos grandes polos, como a Bahia.
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Para o engenheiro agrônomo e coordenador dos cursos de Ciências Agrárias da Uninter, André Corradini, além do preço elevado dos sistemas de irrigação, há falta de incentivo de políticas governamentais de incentivo, de financiamento ao produtor nesta área.
Por conta disso, o especialista ressalta que se faz ainda mais necessária a adoção de técnicas já consagradas, como o plantio direto, a rotação de culturas e a escolha de sementes mais resistentes à seca.
De qualquer forma, Corradini destaca que existem tecnologias de irrigação que já começam a se adequar ao bolso do produtor, ainda que também sejam onerosas. “O gotejamento e a microaspersão estão se adequando ao pequeno e ao médio produtor. Permitem que ele tenha um pouco de controle sobre a injeção de água, de umidade em sua lavoura”.
Demanda hídrica na fruticultura
O engenheiro agrônomo ressalta que sistemas de gotejamento e de microaspersão são os ideiais para a fruticultura brasileira, mas nem sempre são viáveis.
“Nesses casos, a primeira coisa a se manter é a cobertura do solo, ou seja, ele nunca deve estar limpo e, de preferência, fazendo uma adubação verde, uma consorciação de técnicas entre adubação verde com alguma leguminosa, por exemplo, para preservar a umidade do solo e fornecer nutrientes para os tipos de fruticultura”.
Segundo ele, é importante pensar nos sistemas agroflorestais ao redor das frutas. “Temos de pensar que as árvores, os pomares de grande porte, ajudam também na minimização da temperatura microrregional, fazendo com que a umidade possa se manter um pouquinho melhor ali dentro […]. É preciso que o produtor enxergue a propriedade dele como um sistema mais complexo e não só naquela parte da lavoura, em trechos específicos”.