A rotatividade na construção civil chegou a 115% em 2012. No setor agropecuário, o índice foi de 92%.
– A rotatividade na agricultura é uma situação intrínseca do setor, é estrutural. A partir do momento que tem uma safra, contrata, quando termina, descontrata. Não quer dizer que o mercado, no caso da agricultura, demite porque quer demitir, é porque houve uma redução da necessidade daquele trabalhador. De que forma pode-se cuidar desse tema sem que o trabalhador fique desprotegido de benefícios sociais? São esses temas que iremos discutir – afirma o secretário de Polícias Públicas do Ministério do Trabalho, Silvani Alves Pereira.
– O sistema público de emprego deveria propiciar proteção no término de uma colheita. Na agricultura, o trabalhador tem ocupação, ao longo do ano todo, em vários períodos pequenos, para diferentes empregadores, com períodos mais longos de interrupção da atividade sem rendimento, mas tem emprego o ano todo, só que descontinuado – destaca o diretor-técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clemente Ganz Lucio.
Entidades sindicais e patronais puderam contribuir com sugestões para mudar esse quadro.
– É a cultura do patrão, que quer usar o trabalhador para fazer muito e pagar pouco e sem as condições de trabalho que precisaria oferecer. Eu percebo que o Ministério do Trabalho precisaria investir muito na questão da fiscalização, tem que acompanhar muito bem as convenções coletivas, fiscalizar mais as empresas para que elas cumpram com os acordos coletivos – observa o secretário de Finanças da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Aristides Santos.